quarta-feira, 30 de junho de 2010

O que houve de importante do American Academy of Neurology 2010




O Encontro aconteceu de 10 a 17 de abril com mais de 10.000 neurologistas, neurocientistas e profissionais relacionados a esta área.

Entre várias apresentações estão: as novas diretrizes sobre quando os pacientes que sofrem com a Doença de Alzheimer devem parar de dirigir, um relato do FDA/CDC de acompanhamento da Síndrome de Guillain-Barré após vacinação para H1N1, e um Simpósio associado com a Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla, atualizando neurologistas em trabalhos sobre a nova teoria vascular para a esclerose múltipla e insuficiência venosa cerebrospinal crônica.

Numa entrevista, Carlayne E. Jackson, professora de Neurologia e Otorrinolaringologia da Universidade do Texas em San Antonio e membro do Comitê Científico da AAN discutiu alguns dos mais novos conceitos do Encontro.

"Uma das mudanças que foram mais excitantes foi a evolução e o crescimento das nossas sessões integradas de Neurociência.

A ideia é prover a informação em tópicos mais focados para audiências menores, combinando apresentações sobre tópicos e novas pesquisas sobre o mesmo assunto.

Outra inovação este ano foram as sessões plenárias com prêmios, segundo ela.

A terceira modificação foi uma nova sessão plenária de ensaios clínicos. “Nós entendemos que há um aumento grande de trabalhos clínicos a serem apresentados nos encontros da Academia.

É por isso que nestes anos houve uma sessão de trabalhos clínicos para a discussão de estudos clínicos randomizados, fase 3, que fossem do interesse de todos os membros.

Sob a sessão conhecida como Hot Topics, segundo a Dra. Jackson, planejou-se discutir as diretrizes e resultados do estudo CREST que randomizou trabalhos de endarterectomia de carótida e colocação de stent nesta artéria.

"Um dos apresentadores falou sobre vários artefatos utilizados no tratamento da epilepsia e de todo o conceito de sequenciamento do exon, onde você pode ver o perfil genético e dizer quais doenças você estará mais suscetível a adquirir.“

Na sessão matinal da houve médicos falando sobre toxina botulínica para tratamento da cefaleia crônica baseado em resultados de um grande ensaio clínico (PREEMPT).

Casos estudados foram incluídos, entre eles palestras sobre lesão craniana e atrofia muscular espinal, como também o papel do neurologista na saúde pública.

O programa inclui alguns dos temas de maior importância científica. Entre eles, estão os seguintes:

"Síndrome de Guillain-Barré após vacinação por H1N1 nos Estados Unidos: Um relato do Sistema de Relato de Eventos Adversos de Vacina do CDC/FDA (2009)" (P01.296);

"Risco funcional relacionado à idade: Sexto ano de seguimento do LADIS (Leukoaraiose e impedimentos na velhice) Estudo de Cooorte" (P02.294);

"Imunoglobulina intravenosa diminui taxas de aumento ventricular e de declínio cognitivo da doença de Alzheimer;
e
"Recomendações do IOM Trabalho Piloto em Neurologia" (P01.296).

American Academy of Neurology (AAN) 62nd Annual Meeting, April 10-17, Toronto, Ontario, Canada.

Mulheres obesas têm risco maior para o diagnóstico de tumores de mama maiores e em estágios mais avançados

Um estudo divulgado aqui no 11º Encontro Anual da American Society of Breast Surgeons, em Las Vegas, revelou que as mulheres obesas não apenas têm um risco maior de desenvolver câncer de mama – como já se suspeitava – mas também estão mais propensas a ter neoplasias que são detectadas em uma fase tardia, além de apresentar massas tumorais maiores no momento do diagnóstico.

O estudo, de autoria principal da Dra. Danielle Haakinson, Residente de Cirurgia na Mayo Clinic de Phoenix, no Arizona, dividiu 1.352 pacientes em dois grupos: obesas (n = 327) e não obesas (n = 1.026).

A Dra. Haakinson destacou no resumo do seu trabalho que não houve diferença na média de idade entre os grupos, e poucas pacientes obesas apresentavam câncer de mama quando mais jovens.

Além disso, como ela explicou em sua apresentação, a maioria das mulheres obesas que foram diagnosticadas com câncer descobriu seu tumor através da mamografia, ao invés da palpação (67% versus 56%, P = 0,0006).

Em grande parte, isto foi o resultado da baixa parcela de pacientes que detectou seus nódulos durante o autoexame; a detecção através do exame clínico foi de 5% para as pacientes obesas e de 6% para as não obesas (P = 0,0066).

A Dra. Haakinson observou em sua apresentação que as mulheres obesas apresentavam tumores maiores no momento do diagnóstico, uma informação que também é preocupante.

No grupo de obesas, 71% apresentavam tumores menores que 2 cm, enquanto que no grupo de não obesas, 79% das participantes tinham tumores com este mesmo tamanho.

Além disso, as pacientes obesas tinham uma maior probabilidade de desenvolver metástases de linfonodos (31% versus 25% , P = 0,026).

A equipe de pesquisadores escreveu em seu resumo que os grupos não apresentaram diferenças com relação à terapia adjuvante, à recorrência, a história familiar ou aos marcadores tumorais, mas de acordo com a análise multivariada, as pacientes obesas tenderam a apresentar uma taxa de sobrevida global pior, com hazard ratio de 1,53 (intervalo de confiança de 95%, 0,97 - 2,53).

A Dra. Deanna Atai, Diretora do Center for Breast Care, Inc, membro do American Board of Surgery e chefe do Comitê de Comunicação da American Society of Breast Surgeons disse ao Medscape Ob/Gyn & Women's Health: "este é mais um exemplo do quanto que a obesidade é um problema de saúde pública.

Sabemos que estas pacientes têm um maior risco de acidente vascular cerebral, de diabetes e de doenças cardíacas; agora, vemos que elas também apresentam um risco aumentado para o câncer de mama."

Os pesquisadores acreditam, com base em sua análise, que as mulheres obesas têm menos chance de manter os cuidados gerais de saúde "inclusive para realizar os check-ups anuais de rotina", comentou a Dra. Barbara Pockaj, que também pertence a Mayo Clinic e fez parte da equipe de pesquisadores.

Ela disse ao Medscape Ob / Gyn & Women's Health que a não realização de uma mamografia anual está incluída nestas faltas de cuidado com a saúde. Como é mais difícil palpar o tumor no seio de uma mulher obesa, há mais tempo para que o tumor cresça antes de ser detectado.

Em nota à imprensa, a Dra. Haakinson comentou que a problemática com relação aos cuidados básicos de saúde pode ser explicada "simplesmente pelo de as mulheres obesas possuírem menos chance de examinar seus seios, possivelmente porque se sentem desconfortáveis com sua imagem corporal".

Ela disse ainda ao Medscape Ob / Gyn & Women's Health que "independentemente das razões que fazem com que estas mulheres não se cuidem, os médicos precisam compreender que as mulheres estão negligenciando os cuidados básicos de saúde e devem incentivá-las a realizar estes cuidados.

Existe um risco maior entre estas pessoas de serem diagnosticadas com tumores já em estágio avançado. Ao fazer suas mamografias e check-up anuais elas podem tomar as rédeas da proteção de sua própria saúde".

A Dra. Pockaj acrescentou ainda que o fato das mulheres obesas apresentarem tumores maiores foi "um pouco surpreendente, pois deveria haver uma maior conscientização já que estas pacientes apresentam um risco maior".

A equipe concordou que a instalação de cuidados básicos de saúde mais intensivos pode afetar positivamente a mortalidade das mulheres obesas por câncer de mama.

Fonte:
American Society of Breast Surgeons 11th Annual Meeting: "Press Briefing from the Front Lines; Obese Patients Present with More Advanced Cancers: The Impact of Obesity on Breast Cancer." Presented April 30, 2010.

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