Cientistas holandeses desenvolveram um vírus artificial que mantém as funcionalidades típicas dos vírus, mas aparentemente sem potencial para causar doenças.
O vírus artificial funciona como uma espécie de caixa, à qual são adicionadas as grandes biomoléculas que funcionam como medicamento.
A seguir, é só deixar ele fazer o que os vírus sabem fazer bem - entrar nas células. A diferença é que, em vez de causar doenças, o objetivo é curá-las.
Segundo a teoria, o vírus artificial não deverá fazer mal ao ser humano - mas ele ainda terá que ser testado. [Imagem: Armando Hernandez-Garcia et al. - 10.1038/nnano.2014.169] |
Terapias gênicas
Isto é mais difícil para os novos tipos de drogas que estão sendo desenvolvidas - mais certeiras e, portanto, com doses mais baixas -, que consistem em biomoléculas grandes, como proteínas e material genético (isto é, DNA e RNA).
Por exemplo, para usar o DNA em terapias gênicas, a molécula deve ser levada inteira até as células doentes, senão ela não gera o efeito esperado.
No entanto, o DNA é intrinsecamente incapaz de penetrar células e é rapidamente degradado.
Vetores
Como transportadores, os cientistas vêm usando vírus tornados inofensivos por manipulação genética - são os chamados vetores. Esses vetores entram nas células de forma eficiente, levando consigo as moléculas terapêuticas de DNA ou de RNA.
Armando Hernandez Garcia e seus colegas da Universidade de Wageningen (Holanda) acreditam que seu vírus sintético é mais simples, e não deverá causar nenhuma doença - mas isto ainda terá que ser testado.
Segundo ele, o vírus artificial, tendo nascido para a tarefa, é muito mais eficaz para levar as terapias gênicas para as células.