O isolamento
corrói o bem-estar de idosos, com efeitos no corpo comparáveis aos do álcool e
aos do cigarro. Com o aumento da expectativa de vida, o mundo observa a
formação de um exército de solitários.
Embora esse
sentimento possa recrutar para suas fileiras pessoas de qualquer idade, o idoso
está na linha de frente. Nessa fase da vida, ele se depara com situações
delicadas, como a perda ou o afastamento de pessoas queridas, doenças, aposentadoria,
perda do corpo jovem e da independência, dentre outros.
Diversos
estudos têm apontado uma forte associação entre a solidão e a incidência de
doenças crônicas em idosos. De fato, pesquisadores da Universidade de Chicago
descobriram que o isolamento pode aumentar o risco de morte em 14% nas faixas
etárias mais avançadas. O trabalho, liderado pelo psicólogo e especialista no
assunto John Cacioppo, descobriu que o estresse provocado por essa sensação
induz respostas inflamatórias nas células, afetando, entre outras coisas, a
produção dos leucócitos, estruturas que defendem o organismo de infecções.
Uma outra
pesquisa, da Universidade de Brigham Young, publicada na revista especializada
Perspectives on Psycological Science, comparou estatísticas de mortalidade e
constatou que a solidão é tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por
dia ou ser alcoólico. Recentemente, a revisão de 23 artigos científicos levou
pesquisadores da Universidade de York a concluir que a solidão aumenta em 29% o
risco de doenças coronarianas e em 32% o de acidentes vasculares. “Intervenções
focadas na solidão e no isolamento social podem ajudar a prevenir duas das
principais causas de morte e incapacidade em países de renda alta”, alertaram
os autores.
É urgente
investir em espaços de lazer e de interação social, além de planos educativos
de longo prazo. “Esses são fatores preventivos da solidão”, afirma. No ano
passado, ela publicou o artigo Solidão na perspectiva do idoso na Revista
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, descrevendo um estudo que fez com 73
idosos frequentadores de centros de convivência de Viseu, em Portugal. Quando
perguntados como a sensação de estar só poderia ser diminuída, 28,8% elegeu
passeios; 16,4% citou atividades, como ginástica, dança e trabalhos manuais.
Quinze por cento escolheu a resposta “família estar mais presente/não abandonar
o idoso”.
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