O Brasil é campeão da automedicação. Genéricos ou de marca,
com ou sem prescrição, comprados em farmácias reais ou virtuais, o que não
faltam são opções de medicamentos e diversas facilidades para adquiri-los, até
mesmo no conforto de casa, sem precisar se locomover. Medicamentos são o
principal agente causador de intoxicação em seres humanos no Brasil, ficando à frente de produtos de
limpeza, agrotóxicos e alimentos estragados.
As crianças menores de 5 anos representam cerca de 35%
destes casos de intoxicação.
A pessoa precisa ser informada, conhecer os riscos dos
medicamentos e ter a inteligência para procurar pelo médico, não pelo
medicamento.
A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o
alívio imediato de alguns sintomas pode trazer consequências mais graves do que
se imagina.
O uso de medicamentos de forma incorreta pode piorar uma
doença e até causar doenças mais graves.
Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada. O
uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de micro-organismos,
o que compromete a eficácia dos tratamentos.
Também temos que ter a preocupação em relação ao uso do
remédio refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o uso de um medicamento
pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de maneira
incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações
alérgicas, dependência e até a morte.
Anti-inflamatórios são remédios perigosos e, se
administrados indiscriminadamente, podem fazer muito mal, provocando contração
dos vasos, retenção de sódio e água, aumentando a pressão arterial, e colocando
em risco o coração e os rins. Têm, ainda, ação lesiva sobre o fígado, provocam
gastrite e lesão intestinal, tornando o indivíduo passível de desenvolver
úlceras no aparelho digestivo. Outro risco importante, comum a automedicação de
maneira geral, é o de mascarar doenças ou até agravá-las.
Maior restrição à venda destes medicamentos, a exemplo do
que vem acontecendo com os antibióticos, seria uma ação efetiva, porém pontual.
A rigorosa supervisão sobre a venda e prescrição médica deveria atingir a
diversas outras classes de medicamentos, pois todos eles, inclusive aqueles de
venda livre, não podem ser consumidos sem controle. Todos têm indicações e
posologia específicas, além do risco de provocarem efeitos colaterais e danos à
saúde.
Analgésicos, os antitérmicos e os
anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam.
Sempre procure um
médico ao desconfiar sobre qualquer problema de saúde. Evite recomendações de
vizinhos, amigos, parentes ou mesmo de balconistas de farmácias ou drogarias.
Na consulta, informe
ao médico se você já utiliza algum medicamento e se faz uso freqüente de
bebidas alcoólicas.
Evitando intoxicações
As intoxicações por medicamento ocorrem principalmente pelo
uso acidental e são mais frequentes em crianças. Por isso, os pais ou
responsáveis devem ter muito cuidado no armazenamento do medicamento. Ele deve ser guardado em local seguro, longe do alcance das
crianças.
Para evitar a ingestão acidental de medicamentos, não os deixe soltos
em gavetas, dentro de vasos, potes, objetos de decoração ou de qualquer outra
forma que permita o acesso de animais domésticos, crianças ou idosos.