quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Neurocientista Richard Restak aconselha uso de games de ação para exercitar o cérebro.

Sobre o cérebro humano, dizem cientistas e médicos: "use-o ou perca-o".

Como para o corpo, exercícios para deixar a inteligência, a memória, o raciocínio em forma, independente da idade do interessado.

A novidade é que, para esta "malhação" cerebral, o seu computador pode fazer as vezes de academia de ginástica e algumas horas por semana com um bom videogame de ação, por exemplo, ajudar você a reagir e processar informações mais rápido.

Em seu livro mais recente, "Mente saudável, mente brilhante - o que fazer para seu cérebro trabalhar com o máximo de eficiência", o neurocientista e neuropsiquiatra Richard Restak explica que atividades que exigem muitas horas de prática e experiência, como jogar games ou tocar piano, muito mais que prazerosas, são estímulo puro à saúde cerebral.

Os combates frenéticos com inimigos e perigos deixam no ponto algumas importantes habilidades dos aficionados.

Caminhar, jogar, ler, dormir, fazer amigos, ter uma boa dieta alimentar e aprender línguas são igualmente importantes. Para ajudar na compreensão do processo, Restak tem uma boa comparação.

Segundo ele, quando você levanta um peso de 50 quilos na academia de ginástica, o fluxo do sangue aumenta nos músculos dos braços e do peito porque a necessidade de oxigênio e glicose nesses músculos também aumenta.

No cérebro, quando você usa um circuito específico, ele "pede" igualmente oxigênio e glicose adicionais.

Com os avanços nas técnicas de imagens do cérebro, cientistas sabem hoje que ele nunca se esgota e que melhora à medida que usamos. "Esculpimos nosso cérebro de acordo com nossas experiências de vida", diz ele.

Assim, o pianista, o jogador de games, o taxista, o estudante moldam o cérebro de acordo com o que fazem e imaginam e, principalmente, com o que aprendem. Como uma árvore em floração que dá galhos, ramos e folhas, o cérebro humano aumenta a interação com mais e mais neurônios, estabelecendo novos e fortes circuitos.

No livro, o neurocientista derruba alguns mitos, explica-nos sobre o funcionamento desta desconhecida e misteriosa parte do nosso corpo e mostra-nos o caminho para se estimular a mente de forma que ela não envelheça.

Autor de dezoito livros sobre o cérebro, ele é uma autoridade no assunto e sabe que quanto antes você começar, melhor. Hora, então, de acabar com a "flacidez" mental e de tonificar não apenas o abdome, mas também o seu lobo frontal.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Nature: consumo de açúcar deve ser controlado como cigarro e álcool

Três cientistas da Universidade da Califórnia (EUA), em artigo publicado na revista Nature, recomendam o controle do consumo de açúcar pela população, da mesma forma que é feito o controle sobre o consumo de álcool e cigarro. Os pesquisadores alegam que o açúcar está alimentando uma epidemia global de obesidade e contribuindo para 35 milhões de mortes todos os anos.

Segundo as Nações Unidas, as doenças infecciosas no mundo já foram superadas pelas doenças não-transmissíveis como diabetes mellitus, câncer e doenças do coração.

Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis afirmam que os efeitos danosos do açúcar são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que, por isso, seu consumo também deveria ser regulamentado pelas autoridades de saúde.

O consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos, após a adoção de dietas ocidentais que incluem alimentos de baixo custo e altamente processados. De acordo com os autores do artigo, o cenário chegou a tal ponto que os países deveriam regulamentar a taxação de produtos industrializados açucarados, limitar a venda de tais produtos em escolas e definir uma idade mínima para a compra de refrigerantes.
No entanto, diferente do álcool ou do cigarro, que são produtos consumíveis não essenciais, o açúcar está presente em diversos alimentos, o que dificulta a sua regulação.

A obesidade não é o principal problema do consumo excessivo de açúcar. Cerca de 20% das pessoas obesas têm metabolismo normal e terão uma expectativa de vida também normal e aproximadamente 40% das pessoas com pesos considerados normais irão desenvolver doenças no coração e no fígado, diabetes mellitus e hipertensão arterial, de acordo com os cientistas. Além disso, a disfunção metabólica é mais prevalente do que a obesidade.

Comparativo entre os danos provocados pela exposição crônica ao álcool e ao açúcar:

Exposição crônica ao álcool

Desordens hematológicas
Anormalidades eletrolíticas
Hipertensão arterial
Dilatação cardíaca
Cardiomiopatia
Dislipidemia
Pancreatite
Obesidade (resistência à insulina)
Desnutrição
Disfunção hepática (esteatohepatite alcoólica)
Síndrome fetal alcoólica
Vício


Exposição crônica ao açúcar

Hipertensão arterial (ácido úrico)
Infarto do miocárdio (dislipidemia e resistência à insulina)
Dislipidemia (lipogênese)
Pancreatite (hipertrigliceridemia)
Obesidade (resistência à insulina)
Disfunção hepática (esteatohepatite alcoólica)
Habituação e até viciação

Fonte: Nature, de 02 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Prescrição indiscriminada de calmantes



Prescrição indiscriminada e uso excessivo podem ser algumas das explicações para o alto consumo de ansiolíticos, remédios usados para controlar ansiedade e tensão.

Dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que os ansiolíticos foram os medicamentos com receita controlada mais consumidos no País entre 2007 e 2010. O princípio ativo clonazepam, base do remédio Rivotril, lidera o ranking, com cerca de 10 milhões de caixas vendidas somente em 2010.

Os ansiolíticos, conhecidos como calmantes, correspondem a 35% dos medicamentos psiquiátricos prescritos nos hospitais gerais da cidade de São Paulo. Mas não é o único fator que pode explicar o boom dos calmantes no Brasil.

O uso descontrolado também está entre os fatores. É cada vez mais comum recorrer aos tranquilizantes para enfrentar o estresse e as dificuldades da vida cotidiana. O pior é esse tipo de remédio provoca dependência. As pessoas tendem a buscar nos ansiolíticos, soluções para lidar com os problemas.

Nascem os primeiros macacos quiméricos do mundo

Cientistas produziram os primeiros primatas quiméricos do mundo. Os animais são compostos de uma mistura de células de seis genomas diferentes. A reprodução foi obtida por cientistas de instituições de pesquisa no Oregon, Estados Unidos, e descrita nesta quinta-feira (05/01) em um artigo no site da revista Cell – sairá como capa na edição de 20 de janeiro da publicação.

Em zoologia, quimerismo ocorre quanto um animal tem duas ou mais populações de células geneticamente distintas com origem em diferentes zigotos. É extremamente raro em humanos. O termo deriva da mitologia grega, na qual quimera é uma figura mítica caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais.

Segundo os autores, os resultados do estudo abrem caminho para muitas novas pesquisas com animais. Até então, apenas camundongos e alguns outros quiméricos, como coelhos e ovelhas, haviam sido reproduzidos.

Os primatas quiméricos nasceram após os cientistas terem reunido células de embriões de diferentes macacos-rhesus e aplicado a mistura em fêmeas. As células foram misturadas em embriões em estágio inicial, quando cada célula embriônica é totipotente.
Totipotência é a capacidade de uma única célula, geralmente uma célula-tronco, dividir-se e produzir todas as células diferenciadas no organismo, incluindo os tecidos extraembrionários. As células pluripotentes podem se diferenciar em qualquer tecido, mas não em tecidos extraembrionários nem em organismos inteiros.

“As células não se fundem, mas se mantêm juntas e funcionam conjuntamente de modo a formar tecidos e órgãos. Os resultados abrem possibilidades científicas enormes”, disse Shoukhrat Mitalipov, do Centro de Pesquisa em Primatas da Oregon Health & Science University, que coordenou a pesquisa.

Tentativas anteriores do grupo de Mitalipov de obter macacos quiméricos por meio da introdução de células-tronco embrionárias cultivadas em embriões – um método estabelecido em camundongos – falharam.

Segundo Mitalipov, aparentemente os embriões dos primatas evitam que as células-tronco embrionárias se integrem, como ocorre em camundongos. De acordo com o cientista, a pesquisa indica que células-tronco humanas e de outros primatas mantidas in vitro podem não ser tão potentes como as encontradas em um embrião vivo.

“Precisamos voltar aos fundamentos. Temos que estudar não apenas células-tronco embrionárias em cultura, mas também em embriões. Ainda é muito cedo para fechar o capítulo nessas células”, disse

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/nascem-os-primeiros-macacos-quimericos-do-mundo/n1597526894215.html

domingo, 22 de janeiro de 2012

A clínica continua soberana.

Os sinais e sintomas são utilizados por médicos e pacientes desde os primórdios da medicina e constituem, ainda hoje, a maneira mais precoce de investigarmos com elegância e sabedoria o diagnóstico.

Infelizmente, a tentativa de substituir o exame clínico cuidadoso por repetidos e intermináveis exames complementares tem diminuído sobremaneira a precocidade do diagnóstico e retardado a terapêutica adequada.

O imensurável e louvável avanço da tecnologia médica deve ser mais um elemento aditivo à belíssima arte do diagnóstico correto e precoce. Saber ouvir, decodificar sintomas, respeitar a individualidade de nosso paciente ainda são as principais armas de um bom propedeuta e semiota. Talvez, neste breve comentário exista um pouco de saudosismo dos grandes mestres, mas há, acima de tudo, uma grande saudade dos grandes GRANDES MéDICOS.

MéDICOS com letra maiúscula, preocupados e envolvidos com as mazelas do outro.

MéDICOS amigos e conselheiros, pontos de referência do paciente e seus familiares.

Saudade da ética, do respeito ao sofrimento físico e emocional do outro.
Saudade de um médico querido e respeitado.
Saudade de uma medicina voltada para o homem e exclusa de interesses secundários.
Enfim, saudades de tempos mais humanos e felizes.

Fonte: Jornal do Brasil
José Galvão-Alves é médico e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, e membro titular da Academia Nacional de Medicina

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Biochip detecta 80 tipos diferentes de câncer na hora

Exame genético na hora

Pesquisadores canadenses criaram um biochip capaz de analisar até 80 marcadores genéticos que indicam a ocorrência de vários tipos de câncer.

Segundo a Dra Linda Pilarski, da Universidade de Alberta, o pequeno chip abre caminho para a realização de exames e o diagnóstico do câncer na hora, a custo baixo, e sem depender de laboratórios clínicos.

Isso significa que, quando o biochip estiver disponível comercialmente, os exames poderão ser feitos no próprio consultório médico ou em locais remotos, sem pessoal médico especializado e sem recursos adequados.

Cânceres raros

Mais do que isso, a nova tecnologia permitirá a realização de testes para tipos muito raros e específicos de câncer, dificilmente diagnosticados mesmo nos centros mais modernos.

É o caso, por exemplo, do linfoma linfoblástico - ou leucemia linfoide aguda - um tipo raro de câncer que afeta principalmente crianças.

Quando detectado e tratado no início, ele tem taxas de cura excepcionalmente altas. Mas, se não for tratado a tempo, pode ser fatal em algumas semanas.

Outros 79 tipos de câncer podem igualmente ser detectados em um único exame.

Doenças infecciosas

Embora o câncer seja a área principal das pesquisas da equipe, o chip microfluídico também pode ser utilizado para fazer diagnósticos de várias outras doenças, sobretudo infecciosas.

Virtualmente qualquer doença pode ser diagnosticada, bastando para isso fabricar o biochip com os componentes necessários para identificar cada uma delas.

Isso inclui desde uma gripe comum, até malária, SARS, febre do Nilo e outras doenças contagiosas.

Testes

O microlaboratório - conhecido tecnicamente como chip microfluídico - é formado por 80 minúsculas estruturas, cada uma das quais analisa o sangue para uma mutação específica - uma única gota de sangue é suficiente para todos os exames.

Segundo a Dra. Pilarski, os médicos poderão fazer o diagnóstico do paciente no próprio consultório, em um tempo não maior do que uma hora - ou seja, o paciente saberá o resultado do exame durante a própria consulta.

O biochip começará agora a passar por testes de campo.

Depois que sua eficiência for comprovada em larga escala, ele poderá ter sua fabricação autorizada.

Fonte: Diário da Saúde

Nano-ouvido escuta o silêncio

Som do silêncio

Que ruído faz uma pulga ao andar? Que tipo de onda sonora emite uma bactéria ao se mover?

Cientistas da Universidade de Munique criaram um "nano-ouvido", o mais sensível sensor acústico já criado, que é capaz de detectar esses e outros sons em um mundo até hoje encarado como absolutamente silencioso, muito abaixo do limiar do ouvido humano.

Segundo os pesquisadores, o novo sensor acústico pode abrir um campo de pesquisas totalmente novo, que eles de chamam de "microscopia acústica", no qual os organismos serão estudados pelos sons que eles emitem.

O nano-ouvido dará novas informações sobre movimentos, até agora imperceptíveis, de células, organelas de células, ou de objetos microscópicos artificiais.

"Com nosso nano-ouvido nós construímos um nanomicrofone que nos permitiu chegar mais perto do que nunca dos objetos microscópicos," afirmou Alexander Ohlinger, um dos criadores do aparelho.

Menor ouvido do mundo

O nano-ouvido é formado por uma única nanopartícula de ouro mantida em um estado de levitação por um raio laser.

Ondas sonoras em escalas inimaginavelmente pequenas são suficientes para fazer a nanopartícula se mover - a partícula oscila paralelamente à direção da propagação do som.

A magnitude desse movimento pode então ser detectada pela influência que ele causa sobre a luz do laser.

Isso permitiu que os cientistas ouvissem sons até então imperceptíveis - na verdade, eles conseguem "ver os sons", observando os gráficos produzidos pelo aparelho.

O equipamento de captação dos "infra-sons" consiste em um microscópio de campo escuro e de uma câmera digital comum, um aparato sem qualquer tecnologia futurística, apenas tirando proveito da tecnologia das chamadas pinças ópticas.

O nano-ouvido - ou nano-orelha - consegue detectar níveis sonoros de aproximadamente -60 dB, o que é cerca de um milhão de vezes mais sensível do que o limite de audição do ouvido humano - por definição estabelecido como 0 dB.

Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/01/2012

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