sexta-feira, 29 de junho de 2012

Uma noite mal dormida pode diminuir a sensibilidade à ação da insulina no organismo, de acordo com estudo divulgado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism


Estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism mostra que mesmo uma única noite mal dormida pode dificultar a habilidade do organismo em usar a insulina.
Pesquisadores do Leiden University Medical Center realizaram um estudo, com pequeno número de indivíduos saudáveis, observando-os após uma noite de oito horas de sono e novamente após uma noite de quatro horas de sono. A restrição parcial do sono durante uma única noite reduziu alguns tipos de sensibilidade à ação da insulina em cerca de 19 a 25%. Baseado nestes achados, os autores relatam que a sensibilidade à insulina pode não ser pré-determinada em indivíduos saudáveis, mas ser resultado da duração do sono.
Este é o primeiro estudo a avaliar os efeitos da privação de sono, durante uma única noite, em relação à ação da insulina no organismo.

Esta pode ser uma explicação para o aumento da resistência insulínica e o maior número de diabetes mellitus observado.

No entanto, estudos com a participação de maior número de indivíduos são necessários.

Ingerir menos de meio litro de água ao dia pode aumentar a glicemia


Pessoas que bebem menos de 500 ml de água por dia podem ser mais propensas a desenvolver níveis glicêmicos mais altos, de acordo com estudo publicado pelo periódico Diabetes Care. O estudo demonstra uma correlação entre a ingestão de água e os níveis de glicose no sangue, mas não prova a relação de causa e efeito entre eles. Suspeita-se de que o hormônio vasopressina possa estar envolvido.
Pesquisadores franceses descobriram que pessoas que tomam menos de 500 ml de água ao dia podem ter seus níveis glicêmicos aumentados. Estes achados foram publicados pelo periódico Diabetes Care.
A ingestão de água altera os níveis de vasopressina, um hormônio antidiurético, nosangue. Pesquisadores franceses realizaram um estudo com 3.615 homens e mulheres de meia idade, com glicemia de jejum basal normal. O estudo teve nove anos de seguimento.
Durante o acompanhamento, houve 565 novos casos de hiperglicemia e 202 casos novos de diabetes mellitus. A ingestão de água foi inversamente e independentemente associada ao risco de desenvolver hiperglicemia.

domingo, 15 de abril de 2012

Prevenindo o Diabetes Mellitus e suas Complicações

Estima-se que o diagnóstico do diabetes mellitus (DM) ocorra em média 7 anos após o início da hiperglicemia.

As recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes para o rastreamento do DM são:

Investigar DM a cada 3 anos em todos os indivíduos com mais de 45 anos.

Rastreamento mais freqüente e mais precoce na presença de:

Excesso de peso
Dislipidemia, principalmente na presença de HDL colesterol baixo e triglicérides elevados
Hipertensão arterial (pressão alta)
Doença cardiovascular
Antecedente familiar de diabetes
Diabetes gestacional prévio, história de macrossomia e abortos de repetição

Quais os fatores de risco para o Diabetes mellitus? (Fator de risco significa mais chance de desenvolver a doença).

São fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes:

1 -Sedentarismo
2 - Sobrepeso
3 - Distribuição central de gordura
4 -Dieta rica em gordura
5 -Hipertensão arterial
6 -Dislipidemia (alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas).

Além dos fatores acima, deve ser dada uma atenção especial para os fatores de risco para doenças cardiovasculares como o tabagismo, hipertensão arterial e dislipidemia para evitar o diabetes mellitus.

Como se previne?

O mais importante é o adequado controle dos níveis glicêmicos do paciente diabético.
Controlar a hipertensão arterial também ajuda a prevenir as complicações dos eventos cardiovasculares em diabéticos.

Como benefícios do controle da glicemia e da hipertensão há uma redução das complicações do diabetes, redução da morte por diabetes e da mortalidade geral, diminuição do número de acidentes vasculares cerebrais, infartos e de doenças microvasculares.

As principais complicações microvasculares no paciente com diagnóstico de DM2 são:

A - Neuropatia
B - Retinopatia
C - Nefropatia

O dano endotelial parece ser o fator desencadeante na patogênese dessas complicações. Essa disfunção endotelial é um marcador precoce da aterosclerose.

O tratamento intensivo dos múltiplos fatores de risco (níveis glicêmicos, níveis pressóricos, perfil lipídico e a microalbuminúria) reduz significativamente os eventos cardiovasculares e microvasculares em cerca de 50%.

Um estilo de vida mais saudável é capaz de reduzir, em indivíduos pré-diabéticos, seu risco de DM em 58%, segundo dados do estudo conduzido pelo Finish Diabetes Prevention Study Group. Este estilo deve ser baseado em:

I - dieta balanceada e rica em fibras
II - peso corporal realisticamente adequado
III - prática de atividades físicas por pelo menos 150 minutos semanais

Pelo mesmo estudo, o uso de metformina foi menos eficaz que as mudanças no estilo de vida para a prevenção do diabetes. Com redução no risco de DM de 31% e 58%, respectivamente.

A redução da gordura visceral (obesidade central) ajuda a reduzir a resistência insulínica e a melhorar o perfil metabólico.

O ideal é manter um consumo diário de carboidratos em 50-60% da energia total ingerida, associado ao consumo de 15g de fibras para cada 1000kcal/dia, com redução das gorduras para menos de 30%, sendo menos de 10% de gordura saturada.

A perda de 5 a 10% do peso corporal total foi a intervenção mais efetiva na redução do risco de desenvolver diabetes no Finnish Diabetes Prevention Study (DPS). Os indivíduos que aderiram tanto às mudanças do plano alimentar, quanto à atividade física obtiveram esta perda de peso, que além de possibilitar o alcance das metas glicêmicas, retarda a progressão da doença, reduz as necessidades insulínicas e permite a retirada do tratamento farmacológico.

A atividade física tem o potencial de prevenir ou adiar a progressão para o diabetes tipo 2. Além de reduzir a gordura visceral, com conseqüente melhora na composição corporal e no índice de massa corporal (IMC).

O hábito de fumar é danoso, pois é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. Então, pacientes diabéticos devem evitar o fumo como prevenção da principal causa de morte entre diabéticos.

Mesmo com a glicemia controlada, existem exames que devem ser feitos periodicamente pelos diabéticos?

Caso o diabetes esteja sendo bem controlado, existem exames que podem ser feitos para monitorar as complicações do diabetes e evitar sua progressão. São eles:

Dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c): deve ser mantida sempre menor do que 7%

Exame de fundo de olho: faz a análise da retina do diabético

Dosagem da microalbuminúria: verifica a presença de pequenas quantidades de proteínas na urina que podem causar nefropatia

Aferição da pressão arterial

Lipidograma ou dosagem de colesterol

Exame dos pés: para evitar as lesões do pé diabético e amputações de membros inferiores


Fontes:

Atualização Brasileira sobre Diabetes – 2006

Consenso Brasileiro sobre Diabetes – 2002

Cinco atitudes saudáveis para evitar o diabetes mellitus tipo 2

De acordo com o estudo divulgado no Consenso da International Diabetes Federation são cinco os objetivos para um comportamento saudável que ajuda a evitar o diabetes mellitus tipo 2. São eles:

1 - Manter o índice de massa corporal (IMC) abaixo de 25 kg/m².

2 - Ingerir menos de 30% de gordura do total de calorias ingeridas.

3 - Ingerir menos que 10% de gorduras saturadas do total de calorias provenientes de gorduras ingeridas.

4 - Aumentar a ingestão de fibras para uma quantidade maior do que 15g/1.000 kcal.

5 - Realizar mais do que quatro horas de atividades físicas de intensidade moderada por semana.

Fonte: International Diabetes Federation

BMJ: arroz branco aumenta risco de diabetes mellitus

Meta-análise publicada pelo British Medical Journal (BMJ) mostra que o consumo de arroz branco pode aumentar o risco de diabetes mellitus tipo 2. Este risco está associado à porção ingerida e é maior em populações asiáticas que têm o hábito de consumir maior quantidade deste alimento.

Meta-análise de estudos de coorte prospectivos sobre estimativas de risco para diabetes mellitus tipo 2 associadas a níveis de ingestão de arroz branco foi realizada por pesquisadores da Harvard School of Public Health. O estudo teve o objetivo de verificar se este risco depende da quantidade ingerida e se esta associação é maior em populações asiáticas, as quais tendem a consumir mais arroz branco do que as populações ocidentais.

Os autores analisaram os resultados de quatro artigos: dois incluindo populações asiáticas (China e Japão) e dois com populações ocidentais (USA e Austrália). Um total de 13.284 casos incidentes de diabetes tipo 2 foram verificados em 352.384 participantes do estudo. O tempo de acompanhamento variou de 4 a 22 anos. Asiáticos (chineses e japoneses) consumiam mais arroz branco do que as populações ocidentais (os níveis de ingestão média eram de três a quatro porções por dia contra uma a duas porções por semana).

O arroz branco tem índice glicêmico alto. Dietas com alto índice glicêmico estão associadas ao aumento no risco de desenvolver diabetes mellitus. Os autores observaram que quanto maior o consumo de arroz branco ingerido, maior o risco de diabetes tipo 2. A estimativa é de que o risco de diabetes tipo 2 aumente 10% para cada porção de arroz branco ingerida (uma porção de 158g de arroz branco).

O arroz branco é pobre em nutrientes. Já o arroz integral inclui fibra, magnésio e vitaminas, algumas das quais estão associadas ao menor risco de desenvolver diabetes tipo 2. Os autores da meta-análise relataram que a maior ingestão de arroz branco pode estar ligada ao maior risco da doença devido à baixa ingestão desses nutrientes.

Concluiu-se que o maior consumo de arroz branco está associado a um risco significativamente aumentado de diabetes tipo 2. Isto se aplica a populações asiáticas e ocidentais. Os achados mostram que quanto maior a quantidade consumida, maior o risco, o que faz pensar que as populações asiáticas estão sob maior risco.

Os autores recomendam a ingestão de arroz integral e grãos integrais no lugar de carboidratos refinados como arroz branco, assim eles esperam contribuir para reduzir a epidemia global de diabetes mellitus. Já o Dr. Bruce Neal, da Universidade de Sydney, sugere que outros estudos maiores são necessários para substanciar esta hipótese de que o arroz branco aumenta o risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2.

Fonte: British Medical Journal (BMJ), de 15 de março de 2012

NEWS.MED.BR, 2012. BMJ: arroz branco aumenta risco de diabetes mellitus. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2012.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Remédio inteligente. Primeiro medicamento com nanotecnologia começa a ser testado em humanos

Uma equipe de cientistas, engenheiros e médicos dos Estados Unidos afirma estar entusiasmada com os primeiros resultados do primeiro medicamento anticâncer produzido com nanotecnologia.

A droga, chamada BIND-014, é o primeiro de uma classe conhecida como medicamentos inteligentes que entra na etapa de testes clínicos em humanos.

O nanomedicamento foi projetado para o tratamento de tumores sólidos, e atua em conjunto com drogas já usadas em quimioterapia.

Medicamento programável

O estudo mostrou a capacidade do BIND-014 para alcançar um receptor expresso em tumores, de forma a aumentar a concentração dos medicamentos quimioterápicos sobre o tumor.

O maior entusiasmo vem do fato de que o tratamento com o nanomedicamento aumentou notavelmente a eficácia, a segurança e as propriedades farmacológicas do fármaco quimioterapêutico sozinho, o docetaxel (Taxotere).


A pesquisa e o desenvolvimento do primeiro medicamento com nanotecnologia inaugura a chamada nanomedicina, com as prometidas drogas inteligentes, representando a culminância de mais de uma década de pesquisas. [Imagem: BindBio]
"O BIND-014 demonstrou, pela primeira vez, que é possível produzir medicamentos com propriedades orientadas e programáveis, capaz de concentrar o efeito terapêutico diretamente no local da doença, potencialmente revolucionando como as doenças complexas, como o câncer, podem ser tratadas," disse o Dr. Omid Farokhzad, da Universidade de Harvard.

"As tentativas anteriores de desenvolver nanopartículas direcionáveis não conseguiram chegar à etapa de estudos clínicos em humanos devido à dificuldade de projetar e dimensionar uma partícula que seja capaz de chegar ao local, ficar por longo tempo no organismo, fugir da resposta imunológica e liberar a droga de forma controlada," explica o Dr. Robert Langer, coautor do estudo.

Efeitos do nanomedicamento

Segundo a equipe, o nanomedicamento gerou uma concentração elevada da droga quimioterápica sobre o local do tratamento - um aumento de 100 vezes do docetaxel presente no plasma sanguínea ao longo de 24 horas.

Isto produziu uma eficácia substancialmente maior, além da diminuição dos efeitos colaterais da quimioterapia.

Foi observado também um aumento de até 10 vezes na concentração intratumoral do quimioterápico.




Nanomedicina

Os pesquisadores observam que, embora a ciência e a tecnologia do BIND-014 tenha-se baseado no mecanismo de ação do docetaxel, os indícios são de que o nanomedicamento altera significativamente os efeitos biológicos da própria droga, em virtude de mudanças fundamentais em sua farmacologia, incluindo grandes aumentos na concentração no local do tratamento.

A pesquisa e o desenvolvimento do primeiro medicamento com nanotecnologia inaugura a chamada nanomedicina, representando a culminância de mais de uma década de pesquisas.

Fonte: Redação do Diário da Saúde

terça-feira, 13 de março de 2012

Saiba os alimentos que podem causar câncer

Cerveja, achocolatados, doces de confeitaria, molhos curry e vinagre, além de salsichas, sopas e sucos industrializados são só alguns exemplos.

Na semana passada, um comunicado feito pelo Instituto de Defesa do Consumidor dos Estados Unidos alertou sobre o risco aumentado de câncer em camundongos expostos às doses altas do 4-M1.

A entidade – sigla em inglês CSPI – pediu providências do órgão sanitário norte-americano, o FDA, que regula o consumo de alimentos e medicamentos nos EUA. O FDA se posicionou dizendo que ainda não há evidências sólidas sobre os prejuízos acarretados à saúde humana e que seria necessário beber “mil latinhas de refrigerante por dia para ter algum efeito tóxico”.

Ainda assim, o estado da Califórnia (EUA) determinou a redução da substância nos refrigerantes cola de 150 mg para o limite máximo de 29 mg – caso contrário, mensagens de alerta sobre as sequelas tóxicas devem estampar as embalagens dos produtos.

A Coca-Cola, em comunicado oficial, anunciou que pode modificar a sua fórmula, sem que o sabor ou coloração do produto sejam alterados. Nos Estados Unidos, a modificação na produção industrial já começou, conforme noticiou o jornal inglês The Guardian

Alimentos desnecessários

Apesar dos refrigerantes terem motivado a discussão sobre a segurança do consumo do corante caramelo, a bebida gaseificada não é a única que utiliza esta substância.

Uma revisão de estudos realizada no ano passado pela European Food Safety Authorty (EFSA) informou que entre as principais fontes alimentícias de 4-MI no continente europeu estão, além de refrigerantes, a cerveja, os achocolatados, as salsichas, os doces de confeitaria, o vinagre, o molho curry, os temperos em geral, além do pão de malte, sucos industrializados entre outros.

No painel divulgado, a EFSA alertou que não foi comprovado o efeito cancerígeno em humanos devido o consumo do corante mas que ainda são necessários "mais estudos".

“Muitos alimentos utilizam o corante caramelo além dos refrigerantes, doces e balas de caramelo, por exemplo”, afirma o toxicologista do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, Anthony Wong.

“Não temos nenhuma evidência, entretanto, de que o efeito tóxico da substância (4-MI) é cumulativo e nem sabemos qual é a dosagem consumida com base nestas diversas fontes”, completou. “Mas o fato é que os alimentos que utilizam o corante não são, por essência, saudáveis. De qualquer forma, eles devem ser consumidos com moderação independentemente da associação com a substância cancerígena.”

O professor de toxicologia e farmacologia da Universidade de Caxias do Sul, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia, Carlos Augusto Mello da Silva, alerta que ainda é preciso esperar evidências sólidas sobre o real risco do corante e o posicionamento dos órgãos reguladores.

“Mas para as pessoas que estão apreensivas, é bom alertar que o corante não é um nutriente essencial à saúde. Em vez de refrigerante, pode se optar por sucos de frutas naturais ou água mineral”, sugere.

No Brasil

Na avaliação de Wong, a restrição mais incisiva ao uso do corante caramelo deveria ser adotada como norma sanitária no País, como foi feito recentemente com a utilização do bisfenol A – composto cancerígeno presente em mamadeiras e chupetas, proibido no ano passado.

Comida enlatada favorece obesidade

“A Califórnia é um estado que dita as normas de segurança ambientais e alimentícias para o mundo. Precisamos ficar atentos”, disse o toxicologista.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, por meio da assessoria de imprensa, que “acompanha o caso da restrição do 4-MI” mas que não há previsão de nenhuma alteração nas quantidades máximas da substância nos refrigerantes.

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