Os efeitos extra-esqueléticos da vitamina D têm ganhado uma maior atenção com a descoberta de receptores em uma variedade de sistemas de órgãos. Trabalhos anteriores identificaram associações entre a insuficiência de vitamina D e uma variedade de doenças mentais, incluindo desordens no espectro afetivo, cognitivo e psicótico.
O objetivo deste estudo, publicado no Journal of Psychiatric Practice, foi procurar determinar o ponto de prevalência da deficiência de vitamina D em pacientes psiquiátricos internados e determinar se existe uma relação entre insuficiência de vitamina D, diagnósticos específicos e tratamentos farmacológicos.
A pesquisa consistiu em um estudo retrospectivo de mapeamento de todos pacientes adultos (N=544) admitidos na ala psiquiátrica de um hospital comunitário no centro de Illinois, entre dezembro de 2010 e junho de 2011.
O nível médio de vitamina D na admissão foi de 22,3 ng/mL, com uma variação de 4-79,2 ng/mL. A incidência de insuficiência de vitamina D (definida por níveis < 30 ng/mL) foi de 75%. Entre aqueles com níveis de insuficiência de vitamina D, apenas 37% receberam tratamento. A insuficiência de vitamina D não foi correlacionada com idade, gênero, mês de admissão, duração da estadia, pontuação da escala de avaliação global do funcionamento (Global Assessment of Functioning - GAF) na admissão, diagnóstico, ou uso de medicamento psicotrópico.
Os pesquisadores concluíram que a insuficiência de vitamina D teve alta prevalência em pacientes psiquiátricos internados. Ainda não é claro se isto é resultado da doença mental grave e do isolamento social, ou se a vitamina D tem um papel regulador nos genes envolvidos nas redes neurais que influenciam a afecção, cognição e percepção.
Uma resenha de Vitamin D insufficiency in psychiatric inpatients - Journal of Psychiatric Practice; 2013 Jul;19(4):296-300