quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A religiosidade e suas interfaces com a medicina, a psicologia e a educação - Religiosity and its interfaces with medicine, psychology, and education

Resumo
A dissociação metodológico-ideológica, que durante séculos separou a ciência da religião, sofreu um considerável golpe em sua tenacidade, com uma visível tendência a atenuar-se nesse final de século. Igreja e ciência, de parte a parte, dedicam-se a uma decidida aproximação. A medicina, em primeiro termo, seguida pela psicologia e mais recentemente pela educação são ciências que se dedicaram a fazer interfaces e a buscar tentativas intertransdisciplinares, com a religiosidade em variadas formas de expressão. As conseqüências sobre a saúde, seja de caráter terapêutico ou no sentido preventivo, têm mostrado uma correlação entre a presença da religiosidade e uma variada gama de situações clínicas, como a menor propensão à delinqüência, ao abuso de substâncias, às separações matrimoniais e às condutas suicidas. No entanto, estudos que correlacionam a religiosidade e os achados neurocientíficos têm, consistentemente, demonstrado a associação entre modificações neuroelétricas e neuroquímicas, além da atividade religiosa. De modo análogo, mas de forma ainda incipiente, a influência da religiosidade sobre os processos educacionais é apontada em diferentes estudos. A conclusão sobre essa visão interdisciplinar, entretanto, aponta ainda a existência de resultados díspares – indicativos da necessidade de aprofundar os estudos – para melhorar a qualidade das evidências.

Descritores

Religiosidade. Interdisciplina. Medicina. Psicologia. Educação.

Medicina e religiosidade

A área da saúde é uma das que, mais precoce e profundamente, tem investigado o tema medicina versus religiosidade.

O setor médico, em especial, dedica, há algumas décadas, sobretudo a dos anos 90, uma grande atenção ao tema. Quem não ficaria estarrecido até bem pouco, seja médico ou religioso, diante de afirmativas como:

1. estados de meditação profunda, de experiências místicas intensas ou de imersão religiosa associam-se às alterações eletroencefalográficas;

2. técnicas de imagens cerebrais, tipo Spect (single photon emission computed tomography) ou Pet (positron emission tomography), ou ressonância magnética mostram aumento de atividade em algumas áreas cerebrais e diminuição em outras áreas durante os estados mentais-corporais antes referidos;

3. experiências místicas e meditativas são processos, provavelmente, mensuráveis e quantificáveis;

4. o bem-estar espiritual é uma das dimensões de avaliação do estado de saúde, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais;

5. médicos defendem que a reza intercessória (por outrem) pode ser um fator coadjuvante no tratamento de pacientes cardíacos.

Qualquer dessas afirmativas soaria, há duas ou três décadas, como algo completamente estranho e ilegítimo, tanto ao pensamento religioso quanto ao científico. Ciência e religião eram campos historicamente opostos, pelo menos, na cultura do ocidente. O apego da cultura ocidental por um pensamento linear (causalista e simplificador) e seu encantamento pelos avanços tecnológicos e sua crença numa filosofia empirista – em síntese, a adição ocidental ao positivismo estrito – configuram um conjunto de condições que, provavelmente, proporcionaram o isolamento e estimularam os conflitos entre religiosidade e pensamento científico.

Hoje, afirmar que a religiosidade de uma pessoa afeta seu corpo, sua mente, sua interação com os outros, além de seu espírito soa menos estranho, embora ainda seja, em muitos círculos, motivo para desconfiança e inquietação.

Atualmente, os estudos sobre os efeitos da religiosidade já se mostram sustentados por algumas evidências, inclusive empíricas. Estudos com Pet, em sujeitos capazes de meditação profunda praticando ioga, mostraram um aumento do metabolismo da glicose cerebral, quando se avaliou a relação dessa atividade metabólica entre as zonas frontal e occipital.4 Na mesma direção, estudos de Newberg et al5 evidenciaram aumento significativo da atividade cerebral, na região do córtex pré-frontal, durante a meditação, o que é consistente com o processo de atenção focalizada.O exame mais detalhado das relações entre religiosidade e condições físicas, psíquicas e sociais do indivíduo só pôde ocorrer depois que a cultura conseguiu desatrelar-se do pensamento positivista estrito, dominante até o século XX. Nas últimas décadas, o processo de emergência de um novo paradigma, fato que está ainda a ocorrer,6 é que deu sustentação para que, em lugar de distanciamento e desconfiança, surgisse proximidade e interesse recíproco a religiosos e cientistas.

Maass,7 por exemplo, investiga a tese de que orações podem ajudar a curar doentes. Preces intercessoras dirigidas, antes das intervenções de médicos, a pacientes que se submeteriam a angioplastias trazem resultados positivos, formando, assim, um elo entre espiritualidade e saúde.

Ainda que revistas científicas de impacto elevado, como Lancet, New England Journal of Medicine, Archives of Internal Medicine, JAMA, ampliem gradativamente seus espaços a temas religiosos, atualmente é prematuro e “inapropriado” ligar atividades religiosas a resultados médicos devido à carência de evidências sólidas e aos substanciais assuntos éticos ainda não examinados”.8 Assim, ao considerarem a complexidade e o tempo médico que seriam requeridos para poder tratar desses assuntos em profundidade com os pacientes, vários autores8,9 mostram-se reticentes em prescrever, diretamente, um envolvimento médico amplo sobre temas religiosos durante as consultas. Mas, não apenas a área médica mostra-se investindo nesse assunto.

Fonte: http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial07.htm

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Implante de células animais em humanos é aprovado pela primeira vez

Pela primeira vez, um xenotransplante foi aprovado: o implante de células animais para o corpo humano. Autoridades russas consentiram o tratamento no país, realizado em pacientes de diabetes tipo 1.

A diabetes tipo 1 ocorre quando as células produtoras de insulina do pâncreas são destruídas.

Sendo assim, as pessoas que sofrem da condição têm que injetar insulina em sua corrente sanguínea para regular seus níveis de glicose.

Isso pode causar oscilações de açúcar no sangue, que por sua vez podem levar a outras complicações.

O xenotransplante russo envolve a inserção de células produtoras de insulina de porcos, revestidas com uma capa protetora, no pâncreas humano, a fim de substituir as células nativas esgotadas lá.

O tratamento reduz a necessidade de injeções de insulina.

A camada protetora de algas marinhas evita que o sistema imunológico do paciente ataque as células animais “estrangeiras”.

Apesar de ser aprovado na Rússia, o tratamento foi desenvolvido pela Living Cell Technologies, na Nova Zelândia. Nos testes realizados até agora, o tratamento se saiu razoavelmente bem.

Seis dos oito pacientes diabéticos apresentaram melhora e foram capazes de reduzir as suas injeções diárias de insulina. Dois deles absolutamente não precisaram mais de injeçõe

Viver sem colesterol é impossível

Colesterol é um nutriente imprescindível à vida!

Milhões de pessoas escutam seus médicos falarem que o colesterol causa problemas cardíacos, aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais, enfarto do miocárdio, trombose, êmbolos pulmonares, dentre outros problemas do sistema cardiovascular, fazendo com que essas pessoas criem uma aversão a esse. Mas será que uma dieta isenta em colesterol faz bem ao organismo? A verdade é que sem o colesterol nosso corpo não funciona da maneira adequada.

Funções do Colesterol

• Em primeiro lugar, as gorduras saturadas e o colesterol constituem quase a metade da membrana celular de diferentes células do organismo, além de reforçar e enrijecer tecidos como os vasos sanguíneos.

• O cérebro humano é rico em colesterol - cerca de 25% de todo colesterol que possuímos se encontra nesse órgão. O sistema nervoso central necessita deste para sua constituição e realização de suas múltiplas funções. Pesquisas mostram que fetos que não recebem quantidades suficientes de colesterol, durante seu desenvolvimento podem nascer com uma anomalia congênita, a Ciclopia (desenvolvimento de apenas um olho).

• 20% da mielina é colesterol. Caso se interfira na capacidade do organismo de produzir colesterol, põe-se em risco a própria estrutura do cérebro e do sistema nervoso.

• Níveis baixos de colesterol em uma população ocasionam uma mudança generalizada nos padrões comportamentais, sendo essas pessoas propensas a ter instabilidade emocional.

• Nossas glândulas endócrinas (supra-renais e sexuais) tem a função de produzir hormônios esteróides: testosterona, progesterona, estrona, aldosterona e outros. E tais hormônios só são produzidos a partir do colesterol.

• O colesterol é constituinte da bile, necessária para a digestão e absorção de gorduras e de vitaminas lipossolúveis, como a vitamina D, que é produzida a partir do colesterol da nossa pele, quando exposto à luz do sol.

• Quando estamos com alguma infecção é o colesterol LDL que cuida do ataque bacteriano ou viral e indivíduos com baixo colesterol no sangue ficam propensos a diversas infecções, sofrem mais tempo com elas e têm mais chance de morrer devido essas causas.

Fontes exógenas de Colesterol
1. Caviar é a fonte mais rica, com 588 mg de colesterol para cada 100 gramas.

2. O óleo de fígado de bacalhau está logo atrás, com 570 mg de colesterol para cada 100 gramas.

3. A gema de ovo fresco vêm em terceiro lugar, 424 mg de colesterol para cada 100 gramas.

4. A manteiga natural propicia 218 mg de colesterol para cada 100 gramas.

5.Peixes de água fria, como marisco, salmão, cavala, sardinha e camarão fornecem boas quantidades de colesterol, variando entre 173 a 81 mg por 100 gramas.

6. A banha de porco fornece 94 mg de colesterol para cada 100 gramas.

7.Produtos vegetais,como a linhaça e o amendoim também contêm compostos como o colesterol,os fitoesteróis.

O que é a Doença Celíaca? Como tratar?

Segundo um estudo apresentado no início de 2007 pela Unifesp, que analisou o sangue de 3 mil doadores, 1 em cada 214 eram celíacos. Seguindo essa média, estima-se que no Brasil existam quase 4 milhões de portadores da doença, a maioria sem sequer desconfiar da sua existência. Um número que merece atenção, pois a doença celíaca é responsável por disfunções que vão desde desnutrição, perda de peso, osteoporose até câncer de intestino. Como os sintomas são comuns a diversos outros males, muitas vezes a pessoa não desconfia que tem a doença e passa anos enfrentando enfermidades e incômodos que poderiam ser evitados com o tratamento.

E o que é o GLÚTEN? É a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (sub-produto da cevada), cereais amplamente utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas, assim como cosméticos e outros produtos não ingeríveis. Na verdade, prejudicial e tóxico ao intestino do paciente intolerante ao glúten são "partes do glúten", que recebem nomes diferentes para cada cereal.

No Trigo é a Gliadina, na Cevada é a Hordeína, na Aveia é a Avenina e no Centeio é a Secalina. O Malte, muito questionado, é um produto da fermentação da cevada, portanto apresenta também uma fração de glúten.

Os produtos que contenham malte, xarope de malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos.

É no intestino delgado onde ocorre a absorçãos dos nutrientes e qualquer alteração em sua estrutura pode ter como consequencia a redução da absorção de nutrientes, neste caso a proteína do glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado modificando a mucosa intestinal.

O quadro clínico da doença se manifesta com e sem sintomas. No primeiro caso, há duas formas:

• A CLÁSSICA: É freqüente na faixa pediátrica, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida, ao introduzirmos alimentação à base de papinha de pão, sopinhas de macarrão e biscoitos, entre outros industrializados com cereais proibidos. Caracteriza-se pela diarréia crônica, desnutrição com déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável, emagrecimento e falta de apetite, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos, dor abdominal, osteoporose, esterilidade, abortos de repetição, glúteos atrofiados, pernas e braços finos, apatia, desnutrição aguda que podem levar o paciente à morte na falta de diagnóstico e tratamento.

• NÃO CLÁSSICA: Apresenta manifestações monossintomáticas, e as alterações gastrintestinais não chamam tanto a atenção. Pode ser por exemplo, anemia resistente a ferroterapia, irritabilidade, fadiga, baixo ganho de peso e estatura, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental, esterilidade e osteoporose antes da menopausa.

• ASSINTOMATICA: São realizados nestes casos, exames (marcadores sorológicos) em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença (10%). Se não tratada a doença, podem surgir complicações como o câncer do intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.

A doença celíaca não tem cura, mas há tratamento e este consiste basicamente na dieta, com exclusão de alimentos que contenham o glúten. Segue abaixo uma lista com os alimentos permitidos e outra com os alimentos proibidos:

Alimentos permitidos:

• Arroz = farinha de arroz, creme de arroz, arroz integral e derivados

• Milho = fubá, farinha, amido de milho (maisena), flocos, canjica e pipoca

• Batata = fécula ou farinha

• Mandioca ou Aipim = fécula ou farinha, como a tapioca, polvilho doce ou azedo

• Macarrão de cereais = arroz, milho e mandioca

• Cará, Inhame, Araruta, Sagú, Trigo sarraceno

• Sucos de frutas e vegetais naturais, refrigerantes e chás

• Vinhos, champagnes, aguardentes e saquê

• Cafés com selo ABIC

• Leite em pó, esterilizados (caixas tetrapack)

• leites integrais, desnatados e semi desnatados

• Leite condensado, cremes de leite, leite fermentado

• Queijos frescos, tipo minas, ricota, parmesão

• Pães de queijo

• Todas as carnes

• Todos as verduras e legumes

• Condimentos: sal, pimenta, cheiro-verde, erva, temperos caseiros, maionese caseira, vinagre fermentado de vinhos tinto e de arroz.

Alimentos proibidos:

• TRIGO = farinha, semolina, germe e farelo

• AVEIA = flocos e farinha.

• CENTEIO

• CEVADA = farinha

• MALTE = Cerveja, whisky, vodka, gin, e ginger-ale. Ovomaltine, bebidas contendo malte, cafés misturados com cevada. Outras bebidas cuja composição não esteja clara no rótulo. Leites achocolatados que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos, queijos preparados com cereais proibidos.

OBS: Na dúvida ou ausência das informações corretas nas embalagens, não adquira o produto!!!

Receita: MUFFINS

• ¼ xíc de açúcar mascavo

• 2 Colheres de sopa de manteiga

• 2 ovos

• 2/3 xíc de creme de arroz

• 1 Colher de sopa de polvilho doce

• 1 colher de café de fermento em pó

• 1 colher de café de sal

• ¾ xíc de leite

• 1 xíc de uvas passa pretas

• 1 cenoura ralada

• 1 cc de canela em pó

MODO DE PREPARAR: Bata o açúcar mascavo com a manteiga, junte os ovos, o creme de arroz, o polvilho doce e bata bem com uma colher de pau. Adicione os demais ingredientes e bata mais um pouco. Coloque a mistura em forminhas untadas e enfarinhadas e leve para assar.
IMPORTANTE: Esta massa não deve ser batida na batedeira.

Hoje em dia é possível se alimentar bem e sem sentir falta de alguns alimentos que contém glúten, devido à tecnologia dos alimentos, que cada vez mais, trabalha desenvolvendo novos produtos que tenham sabor e tragam benefícios e satisfação a indivíduos sadios ou portadores de alguma doença. Mas é importante ter confiança no fabricante ou estabelecimento de compra, pois um produto que não contém glúten, por exemplo, se assado na mesma forma do que contém é capaz de desencadear os sintomas.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Desinfetar mãos com álcool gel é pouco eficiente contra H1N1. Diferenças entre gripes e resfriados.




Lavar as mãos com álcool gel, uma medida preventiva muito popular durante a pandemia de gripe H1N1 em 2009, não aumenta a proteção contra o vírus, afirma estudo divulgado neste domingo em uma conferência médica nos Estados Unidos.

"Um desinfetante de mãos à base de álcool não reduz de forma significativa a frequência das infecções por rinovírus (responsáveis pelo resfriado, entre outros) ou o vírus da gripe", afirmam os autores do trabalho.

O estudo foi apresentado em Boston (nordeste), na conferência intercientífica sobre agentes antimicrobianos e quimioterapia (Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy), que reúne em torno de 12.000 especialistas em doenças infecciosas até 15 de setembro.

O trabalho foi dirigido por Ronald Turner, da Universidade de Virgínia (leste) e financiada pela Dial Corporation, uma empresa de produtos de higiene e cuidado do lar, filial do grupo alemão Henkel.

"Os resultados deste estudo sugerem que a transmissão pelas mãos é talvez menos importante para a propagação do rinovírus do que se acreditava", afirmam os autores.

Os cientistas concluíram que 12 de cada 100 participantes do grupo que lavou regularmente as mãos com álcool gel foram contaminados com o vírus da gripe H1N1, enquanto que no grupo que não usou nenhum desinfetante, 15 de cada 100 contraíram a doença.



Da AFP PAris

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O que houve de importante do American Academy of Neurology 2010




O Encontro aconteceu de 10 a 17 de abril com mais de 10.000 neurologistas, neurocientistas e profissionais relacionados a esta área.

Entre várias apresentações estão: as novas diretrizes sobre quando os pacientes que sofrem com a Doença de Alzheimer devem parar de dirigir, um relato do FDA/CDC de acompanhamento da Síndrome de Guillain-Barré após vacinação para H1N1, e um Simpósio associado com a Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla, atualizando neurologistas em trabalhos sobre a nova teoria vascular para a esclerose múltipla e insuficiência venosa cerebrospinal crônica.

Numa entrevista, Carlayne E. Jackson, professora de Neurologia e Otorrinolaringologia da Universidade do Texas em San Antonio e membro do Comitê Científico da AAN discutiu alguns dos mais novos conceitos do Encontro.

"Uma das mudanças que foram mais excitantes foi a evolução e o crescimento das nossas sessões integradas de Neurociência.

A ideia é prover a informação em tópicos mais focados para audiências menores, combinando apresentações sobre tópicos e novas pesquisas sobre o mesmo assunto.

Outra inovação este ano foram as sessões plenárias com prêmios, segundo ela.

A terceira modificação foi uma nova sessão plenária de ensaios clínicos. “Nós entendemos que há um aumento grande de trabalhos clínicos a serem apresentados nos encontros da Academia.

É por isso que nestes anos houve uma sessão de trabalhos clínicos para a discussão de estudos clínicos randomizados, fase 3, que fossem do interesse de todos os membros.

Sob a sessão conhecida como Hot Topics, segundo a Dra. Jackson, planejou-se discutir as diretrizes e resultados do estudo CREST que randomizou trabalhos de endarterectomia de carótida e colocação de stent nesta artéria.

"Um dos apresentadores falou sobre vários artefatos utilizados no tratamento da epilepsia e de todo o conceito de sequenciamento do exon, onde você pode ver o perfil genético e dizer quais doenças você estará mais suscetível a adquirir.“

Na sessão matinal da houve médicos falando sobre toxina botulínica para tratamento da cefaleia crônica baseado em resultados de um grande ensaio clínico (PREEMPT).

Casos estudados foram incluídos, entre eles palestras sobre lesão craniana e atrofia muscular espinal, como também o papel do neurologista na saúde pública.

O programa inclui alguns dos temas de maior importância científica. Entre eles, estão os seguintes:

"Síndrome de Guillain-Barré após vacinação por H1N1 nos Estados Unidos: Um relato do Sistema de Relato de Eventos Adversos de Vacina do CDC/FDA (2009)" (P01.296);

"Risco funcional relacionado à idade: Sexto ano de seguimento do LADIS (Leukoaraiose e impedimentos na velhice) Estudo de Cooorte" (P02.294);

"Imunoglobulina intravenosa diminui taxas de aumento ventricular e de declínio cognitivo da doença de Alzheimer;
e
"Recomendações do IOM Trabalho Piloto em Neurologia" (P01.296).

American Academy of Neurology (AAN) 62nd Annual Meeting, April 10-17, Toronto, Ontario, Canada.

Mulheres obesas têm risco maior para o diagnóstico de tumores de mama maiores e em estágios mais avançados

Um estudo divulgado aqui no 11º Encontro Anual da American Society of Breast Surgeons, em Las Vegas, revelou que as mulheres obesas não apenas têm um risco maior de desenvolver câncer de mama – como já se suspeitava – mas também estão mais propensas a ter neoplasias que são detectadas em uma fase tardia, além de apresentar massas tumorais maiores no momento do diagnóstico.

O estudo, de autoria principal da Dra. Danielle Haakinson, Residente de Cirurgia na Mayo Clinic de Phoenix, no Arizona, dividiu 1.352 pacientes em dois grupos: obesas (n = 327) e não obesas (n = 1.026).

A Dra. Haakinson destacou no resumo do seu trabalho que não houve diferença na média de idade entre os grupos, e poucas pacientes obesas apresentavam câncer de mama quando mais jovens.

Além disso, como ela explicou em sua apresentação, a maioria das mulheres obesas que foram diagnosticadas com câncer descobriu seu tumor através da mamografia, ao invés da palpação (67% versus 56%, P = 0,0006).

Em grande parte, isto foi o resultado da baixa parcela de pacientes que detectou seus nódulos durante o autoexame; a detecção através do exame clínico foi de 5% para as pacientes obesas e de 6% para as não obesas (P = 0,0066).

A Dra. Haakinson observou em sua apresentação que as mulheres obesas apresentavam tumores maiores no momento do diagnóstico, uma informação que também é preocupante.

No grupo de obesas, 71% apresentavam tumores menores que 2 cm, enquanto que no grupo de não obesas, 79% das participantes tinham tumores com este mesmo tamanho.

Além disso, as pacientes obesas tinham uma maior probabilidade de desenvolver metástases de linfonodos (31% versus 25% , P = 0,026).

A equipe de pesquisadores escreveu em seu resumo que os grupos não apresentaram diferenças com relação à terapia adjuvante, à recorrência, a história familiar ou aos marcadores tumorais, mas de acordo com a análise multivariada, as pacientes obesas tenderam a apresentar uma taxa de sobrevida global pior, com hazard ratio de 1,53 (intervalo de confiança de 95%, 0,97 - 2,53).

A Dra. Deanna Atai, Diretora do Center for Breast Care, Inc, membro do American Board of Surgery e chefe do Comitê de Comunicação da American Society of Breast Surgeons disse ao Medscape Ob/Gyn & Women's Health: "este é mais um exemplo do quanto que a obesidade é um problema de saúde pública.

Sabemos que estas pacientes têm um maior risco de acidente vascular cerebral, de diabetes e de doenças cardíacas; agora, vemos que elas também apresentam um risco aumentado para o câncer de mama."

Os pesquisadores acreditam, com base em sua análise, que as mulheres obesas têm menos chance de manter os cuidados gerais de saúde "inclusive para realizar os check-ups anuais de rotina", comentou a Dra. Barbara Pockaj, que também pertence a Mayo Clinic e fez parte da equipe de pesquisadores.

Ela disse ao Medscape Ob / Gyn & Women's Health que a não realização de uma mamografia anual está incluída nestas faltas de cuidado com a saúde. Como é mais difícil palpar o tumor no seio de uma mulher obesa, há mais tempo para que o tumor cresça antes de ser detectado.

Em nota à imprensa, a Dra. Haakinson comentou que a problemática com relação aos cuidados básicos de saúde pode ser explicada "simplesmente pelo de as mulheres obesas possuírem menos chance de examinar seus seios, possivelmente porque se sentem desconfortáveis com sua imagem corporal".

Ela disse ainda ao Medscape Ob / Gyn & Women's Health que "independentemente das razões que fazem com que estas mulheres não se cuidem, os médicos precisam compreender que as mulheres estão negligenciando os cuidados básicos de saúde e devem incentivá-las a realizar estes cuidados.

Existe um risco maior entre estas pessoas de serem diagnosticadas com tumores já em estágio avançado. Ao fazer suas mamografias e check-up anuais elas podem tomar as rédeas da proteção de sua própria saúde".

A Dra. Pockaj acrescentou ainda que o fato das mulheres obesas apresentarem tumores maiores foi "um pouco surpreendente, pois deveria haver uma maior conscientização já que estas pacientes apresentam um risco maior".

A equipe concordou que a instalação de cuidados básicos de saúde mais intensivos pode afetar positivamente a mortalidade das mulheres obesas por câncer de mama.

Fonte:
American Society of Breast Surgeons 11th Annual Meeting: "Press Briefing from the Front Lines; Obese Patients Present with More Advanced Cancers: The Impact of Obesity on Breast Cancer." Presented April 30, 2010.

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