segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Radiologia evolui com diagnósticos com menos radiação


Poucas especialidades avançaram tanto nos últimos anos como a Radiologia.
São inúmeros os equipamentos e funções à disposição dos médicos para o diagnóstico cada vez mais precoce de todo o tipo de enfermidade.
Porém, uma questão ainda costuma preocupar quem precisa realizar certos procedimentos: a radiação. Quanto pode fazer mal?
Como minimizar a exposição?

A boa notícia é que, com o desenvolvimento da computação em conjunto com os processos de captação e análise de imagens, não só a qualidade do diagnóstico foi ampliada, como também a segurança dos pacientes.

A radiografia é talvez a técnica mais conhecida para obtenção de imagens diagnósticas.
Exames como a tomografia computadorizada, a densitometria óssea e a mamografia empregam esse mesmo método.
Ela funciona como uma espécie de registro fotográfico utilizando raios X para visualizar estruturas e tecidos com propriedades distintas, como ossos e órgãos.
As exposições esporádicas aos raios X médicos oferecem baixos riscos, pois geram doses muito baixas de radiação, mas a exposição repetida não é aconselhada.
A radiação em excesso afeta o organismo podendo causar alterações químicas nas moléculas, com uma ação maléfica que varia muito de acordo com a dose absorvida.
Por isso, o paciente deve procurar locais que utilizem aparelhos em bom estado e que estejam de acordo com as normas vigentes de proteção radiológica exigidas pela Vigilância Sanitária,
a fim de assegurar a qualidade do resultado e evitar o excesso de exposição à radiação.

Primeiramente, todo o estabelecimento que realiza esse tipo de exame deve ter periodicamente renovado um laudo de radioproteção emitido pelo Laboratório de Ciências Radiológicas (LCR),
que garante o cumprimento dos requisitos de radioproteção pelos serviços de Radiologia. Além disso, para reduzir ainda mais a exposição à radiação, deve-se implementar um programa de padronização de técnicas mamográficas e radiográficas,
a fim de gerar um documento que descreva a metodologia ideal para cada paciente, levando-se em conta a qualidade da imagem produzida e a dose de radiação atribuída”, complementa a especialista.

Por outro lado, a evolução da informática e dos equipamentos radiológicos introduziu definitivamente a tecnologia das imagens digitais na Medicina.
Com isso, os tradicionais exames de raios X, obtidos a partir da sensibilização de filmes convencionais, passaram a usar uma película especial que possibilita a digitalização das imagens em alta resolução.
Dentre outras vantagens, os aparelhos da era digital permitiram uma significante redução na dose de radiação recebida pelo paciente, em decorrência de novas tecnologias para aquisição de imagens e seu melhor aproveitamento.

Na radiologia digital, como os exames são capturados e processados por estações de trabalho computadorizadas, além de uma melhor qualidade das imagens, é possível aplicar softwares sofisticados de visualização e análise das patologias.
Além disso, com arquivos digitais, diversos médicos podem ter acesso ao mesmo material pela internet.
A implicação evidente é que se reduz a necessidade de repetição das análises, diminuindo, consequentemente, o período de exposição à radiação ionizante.

Um exemplo da nova tecnologia é um mamógrafo, que apresenta um sistema digital indireto com tecnologia amórfica de silício.
O sistema indireto apresenta uma maior eficiência de detecção dos raios X devido à alta sensibilidade do silício amorfo em comparação aos filmes convencionais.
Esta característica reduz o tempo de aquisição das imagens e, consequentemente, a dose de radiação atribuída aos pacientes.

O mais importante a saber em relação à radiação, é que por mais que exista um risco ínfimo, ele é bastante reduzido se comparado aos benefícios que os métodos de imagem podem oferecer ao diagnóstico precoce e ao tratamento das mais diversas doenças.

Cuidados redobrados

A atenção com a exposição à radiação deve ser ainda maior para certos grupos.
É o caso das crianças.
Como os tecidos e órgãos dos pequenos ainda estão em desenvolvimento, tornam-se ainda mais sensíveis à radiação.
Nelas, o risco potencial de câncer é de duas a três vezes maior que nos adultos, uma vez que os efeitos podem surgir após um longo tempo de latência.
Isso justifica o rígido controle da relação custo-benefício na realização destes exames por gestantes.

Já profissionais de saúde que trabalham próximo aos equipamentos, devem controlar a dose de radiação a que são expostos e usar recursos de proteção radiológica, para prevenir os efeitos relacionados a ela.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Vitaminas antioxidantes e minerais previnem câncer de próstata


O Dr. Francois Meyer, da Laval University Cancer Research Center, em Quebéc, e colaboradores avaliaram se a suplementação diária de vitaminas antioxidantes (vitamina C, vitamina E e beta-caroteno) e minerais (selênio e zinco) reduz a ocorrência de câncer de próstata ou influencia biomarcadores como o PSA.
Mais de 5000 homens receberam suplementos ou placebo
Dados dos biomarcadores estavam disponíveis em uma base de dados que foi seguida por 9 anos por uma média de 3616 homens.
A suplementação foi associada com 48% de redução na incidência de câncer depróstata entre homens com dosagem de PSA menor que 3microgramas/L. Estes resultados foram publicados no International Journal of Cancer deste mês.
Em contraste, homens com níveis de PSA maior ou igual a 3 microgramas/L que receberam suplemento experimentaram uma redução de 54% na incidência de câncer de próstata.
suplementação com vitaminas antioxidantes e minerais não teve impacto claro nos níveis de cinco biomarcadores do câncer de próstata, segundo indica este estudo.
O estudo suporta a hipótese que a quimioprevenção do câncer de próstata pode ser alcançada com vitaminas antioxidantes e minerais, mas os pesquisadores recomendam estudos futuros para identificar qual o melhor agente ou qual a combinação de agentes mais adequada para a prevenção e também para determinar quais dosagens são seguras e efetivas.

Vitamina D pode retardar a progressão do câncer de mama


De acordo com um pequeno estudo realizado por pesquisadores ingleses e publicado no Journal of Clinical Pathology, mulheres comcâncer de mama em estágio inicial têm níveis mais altos devitamina D no sangue do que mulheres com a doença em estágio mais avançado.
Os níveis de vitamina D também são mais baixos em mulheres com câncer de mama, quando comparadas àquelas sem a doença. Segundo os pesquisadores, estes resultados sugerem que a vitamina D pode desempenhar um importante papel na prevenção da progressão da doença.
vitamina D é produzida pelo corpo em resposta à exposição ao sol. Também pode ser encontrada em ovos, fígado e produtos lácteos fortificados.
No estudo, os pesquisadores compararam os níveis sangüíneos de vitamina D, cálcio e paratohormônio de 75 mulheres com câncer de mama avançado e 204 mulheres com a doença em estágio inicial.
Eles observaram que mulheres com câncer de mama em estágio inicial têm níveis mais altos de vitamina D no sangue do que mulheres com a doença em estágio mais avançado.
Os níveis de vitamina D também são mais baixos em mulheres com câncer de mama, quando comparadas àquelas sem a doença.
Os níveis de cálcio não tiveram diferença significativa nos grupos. A vitamina D acelera a atividade de certos genes e freia a de outros.

A aferição domiciliar da pressão arterial ajuda a reduzir o uso de medicamentos e preserva a saúde


Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Maastrich, na Holanda, e publicado na revista Hypertension, da Associação Americana do Coração, relata que indivíduos que medem sua pressão arterial em casa conseguem reduzir o uso de medicamentos para controlar a hipertensão arterial e, conseqüentemente, os gastos com esses medicamentos.
Quatrocentos e trinta hipertensos participaram do estudo e foram divididos em dois grupos. Um deles mediu seus níveis de pressão arterial em casa para orientar o tratamento e o outro teve sua pressão medida no consultório médico. Ao longo de um ano, foram registrados os resultados das medições, a quantidade de medicamentos necessária para controlar a pressão arterial em níveis adequados, os gastos com o tratamento e os danos aos órgãos-alvo como rins e coração (através de ecocardiograma e medida da microalbuminúria).

Os resultados mostraram que o grupo que aferia a pressão em casa utilizou menos medicamentos e gastou menos para controlar sua pressão arterial. Através da monitorização da pressão arterial de 24 horas (MAPA) pôde-se ver também que os níveis pressóricos dos dois grupos eram semelhantes e que a a função dos rins e do coração também não foi afetada pelo método de controle utilizado.


A participação dos pacientes é essencial para o sucesso de qualquer tratamento. A medida da pressão arterial em casa requer um treinamento mínimo dos pacientes e o uso de um aparelho (conhecido como esfigmomanômetro) com qualidade comprovada.

Fonte: Hypertension

Uma noite mal dormida pode diminuir a sensibilidade à ação da insulina no organismo, de acordo com estudo divulgado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism


Estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism mostra que mesmo uma única noite mal dormida pode dificultar a habilidade do organismo em usar a insulina.
Pesquisadores do Leiden University Medical Center realizaram um estudo, com pequeno número de indivíduos saudáveis, observando-os após uma noite de oito horas de sono e novamente após uma noite de quatro horas de sono. A restrição parcial do sono durante uma única noite reduziu alguns tipos de sensibilidade à ação da insulina em cerca de 19 a 25%. Baseado nestes achados, os autores relatam que a sensibilidade à insulina pode não ser pré-determinada em indivíduos saudáveis, mas ser resultado da duração do sono.
Este é o primeiro estudo a avaliar os efeitos da privação de sono, durante uma única noite, em relação à ação da insulina no organismo.

Esta pode ser uma explicação para o aumento da resistência insulínica e o maior número de diabetes mellitus observado.

No entanto, estudos com a participação de maior número de indivíduos são necessários.

Ingerir menos de meio litro de água ao dia pode aumentar a glicemia


Pessoas que bebem menos de 500 ml de água por dia podem ser mais propensas a desenvolver níveis glicêmicos mais altos, de acordo com estudo publicado pelo periódico Diabetes Care. O estudo demonstra uma correlação entre a ingestão de água e os níveis de glicose no sangue, mas não prova a relação de causa e efeito entre eles. Suspeita-se de que o hormônio vasopressina possa estar envolvido.
Pesquisadores franceses descobriram que pessoas que tomam menos de 500 ml de água ao dia podem ter seus níveis glicêmicos aumentados. Estes achados foram publicados pelo periódico Diabetes Care.
A ingestão de água altera os níveis de vasopressina, um hormônio antidiurético, nosangue. Pesquisadores franceses realizaram um estudo com 3.615 homens e mulheres de meia idade, com glicemia de jejum basal normal. O estudo teve nove anos de seguimento.
Durante o acompanhamento, houve 565 novos casos de hiperglicemia e 202 casos novos de diabetes mellitus. A ingestão de água foi inversamente e independentemente associada ao risco de desenvolver hiperglicemia.

domingo, 15 de abril de 2012

Prevenindo o Diabetes Mellitus e suas Complicações

Estima-se que o diagnóstico do diabetes mellitus (DM) ocorra em média 7 anos após o início da hiperglicemia.

As recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes para o rastreamento do DM são:

Investigar DM a cada 3 anos em todos os indivíduos com mais de 45 anos.

Rastreamento mais freqüente e mais precoce na presença de:

Excesso de peso
Dislipidemia, principalmente na presença de HDL colesterol baixo e triglicérides elevados
Hipertensão arterial (pressão alta)
Doença cardiovascular
Antecedente familiar de diabetes
Diabetes gestacional prévio, história de macrossomia e abortos de repetição

Quais os fatores de risco para o Diabetes mellitus? (Fator de risco significa mais chance de desenvolver a doença).

São fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes:

1 -Sedentarismo
2 - Sobrepeso
3 - Distribuição central de gordura
4 -Dieta rica em gordura
5 -Hipertensão arterial
6 -Dislipidemia (alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas).

Além dos fatores acima, deve ser dada uma atenção especial para os fatores de risco para doenças cardiovasculares como o tabagismo, hipertensão arterial e dislipidemia para evitar o diabetes mellitus.

Como se previne?

O mais importante é o adequado controle dos níveis glicêmicos do paciente diabético.
Controlar a hipertensão arterial também ajuda a prevenir as complicações dos eventos cardiovasculares em diabéticos.

Como benefícios do controle da glicemia e da hipertensão há uma redução das complicações do diabetes, redução da morte por diabetes e da mortalidade geral, diminuição do número de acidentes vasculares cerebrais, infartos e de doenças microvasculares.

As principais complicações microvasculares no paciente com diagnóstico de DM2 são:

A - Neuropatia
B - Retinopatia
C - Nefropatia

O dano endotelial parece ser o fator desencadeante na patogênese dessas complicações. Essa disfunção endotelial é um marcador precoce da aterosclerose.

O tratamento intensivo dos múltiplos fatores de risco (níveis glicêmicos, níveis pressóricos, perfil lipídico e a microalbuminúria) reduz significativamente os eventos cardiovasculares e microvasculares em cerca de 50%.

Um estilo de vida mais saudável é capaz de reduzir, em indivíduos pré-diabéticos, seu risco de DM em 58%, segundo dados do estudo conduzido pelo Finish Diabetes Prevention Study Group. Este estilo deve ser baseado em:

I - dieta balanceada e rica em fibras
II - peso corporal realisticamente adequado
III - prática de atividades físicas por pelo menos 150 minutos semanais

Pelo mesmo estudo, o uso de metformina foi menos eficaz que as mudanças no estilo de vida para a prevenção do diabetes. Com redução no risco de DM de 31% e 58%, respectivamente.

A redução da gordura visceral (obesidade central) ajuda a reduzir a resistência insulínica e a melhorar o perfil metabólico.

O ideal é manter um consumo diário de carboidratos em 50-60% da energia total ingerida, associado ao consumo de 15g de fibras para cada 1000kcal/dia, com redução das gorduras para menos de 30%, sendo menos de 10% de gordura saturada.

A perda de 5 a 10% do peso corporal total foi a intervenção mais efetiva na redução do risco de desenvolver diabetes no Finnish Diabetes Prevention Study (DPS). Os indivíduos que aderiram tanto às mudanças do plano alimentar, quanto à atividade física obtiveram esta perda de peso, que além de possibilitar o alcance das metas glicêmicas, retarda a progressão da doença, reduz as necessidades insulínicas e permite a retirada do tratamento farmacológico.

A atividade física tem o potencial de prevenir ou adiar a progressão para o diabetes tipo 2. Além de reduzir a gordura visceral, com conseqüente melhora na composição corporal e no índice de massa corporal (IMC).

O hábito de fumar é danoso, pois é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. Então, pacientes diabéticos devem evitar o fumo como prevenção da principal causa de morte entre diabéticos.

Mesmo com a glicemia controlada, existem exames que devem ser feitos periodicamente pelos diabéticos?

Caso o diabetes esteja sendo bem controlado, existem exames que podem ser feitos para monitorar as complicações do diabetes e evitar sua progressão. São eles:

Dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c): deve ser mantida sempre menor do que 7%

Exame de fundo de olho: faz a análise da retina do diabético

Dosagem da microalbuminúria: verifica a presença de pequenas quantidades de proteínas na urina que podem causar nefropatia

Aferição da pressão arterial

Lipidograma ou dosagem de colesterol

Exame dos pés: para evitar as lesões do pé diabético e amputações de membros inferiores


Fontes:

Atualização Brasileira sobre Diabetes – 2006

Consenso Brasileiro sobre Diabetes – 2002

Cinco atitudes saudáveis para evitar o diabetes mellitus tipo 2

De acordo com o estudo divulgado no Consenso da International Diabetes Federation são cinco os objetivos para um comportamento saudável que ajuda a evitar o diabetes mellitus tipo 2. São eles:

1 - Manter o índice de massa corporal (IMC) abaixo de 25 kg/m².

2 - Ingerir menos de 30% de gordura do total de calorias ingeridas.

3 - Ingerir menos que 10% de gorduras saturadas do total de calorias provenientes de gorduras ingeridas.

4 - Aumentar a ingestão de fibras para uma quantidade maior do que 15g/1.000 kcal.

5 - Realizar mais do que quatro horas de atividades físicas de intensidade moderada por semana.

Fonte: International Diabetes Federation

BMJ: arroz branco aumenta risco de diabetes mellitus

Meta-análise publicada pelo British Medical Journal (BMJ) mostra que o consumo de arroz branco pode aumentar o risco de diabetes mellitus tipo 2. Este risco está associado à porção ingerida e é maior em populações asiáticas que têm o hábito de consumir maior quantidade deste alimento.

Meta-análise de estudos de coorte prospectivos sobre estimativas de risco para diabetes mellitus tipo 2 associadas a níveis de ingestão de arroz branco foi realizada por pesquisadores da Harvard School of Public Health. O estudo teve o objetivo de verificar se este risco depende da quantidade ingerida e se esta associação é maior em populações asiáticas, as quais tendem a consumir mais arroz branco do que as populações ocidentais.

Os autores analisaram os resultados de quatro artigos: dois incluindo populações asiáticas (China e Japão) e dois com populações ocidentais (USA e Austrália). Um total de 13.284 casos incidentes de diabetes tipo 2 foram verificados em 352.384 participantes do estudo. O tempo de acompanhamento variou de 4 a 22 anos. Asiáticos (chineses e japoneses) consumiam mais arroz branco do que as populações ocidentais (os níveis de ingestão média eram de três a quatro porções por dia contra uma a duas porções por semana).

O arroz branco tem índice glicêmico alto. Dietas com alto índice glicêmico estão associadas ao aumento no risco de desenvolver diabetes mellitus. Os autores observaram que quanto maior o consumo de arroz branco ingerido, maior o risco de diabetes tipo 2. A estimativa é de que o risco de diabetes tipo 2 aumente 10% para cada porção de arroz branco ingerida (uma porção de 158g de arroz branco).

O arroz branco é pobre em nutrientes. Já o arroz integral inclui fibra, magnésio e vitaminas, algumas das quais estão associadas ao menor risco de desenvolver diabetes tipo 2. Os autores da meta-análise relataram que a maior ingestão de arroz branco pode estar ligada ao maior risco da doença devido à baixa ingestão desses nutrientes.

Concluiu-se que o maior consumo de arroz branco está associado a um risco significativamente aumentado de diabetes tipo 2. Isto se aplica a populações asiáticas e ocidentais. Os achados mostram que quanto maior a quantidade consumida, maior o risco, o que faz pensar que as populações asiáticas estão sob maior risco.

Os autores recomendam a ingestão de arroz integral e grãos integrais no lugar de carboidratos refinados como arroz branco, assim eles esperam contribuir para reduzir a epidemia global de diabetes mellitus. Já o Dr. Bruce Neal, da Universidade de Sydney, sugere que outros estudos maiores são necessários para substanciar esta hipótese de que o arroz branco aumenta o risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2.

Fonte: British Medical Journal (BMJ), de 15 de março de 2012

NEWS.MED.BR, 2012. BMJ: arroz branco aumenta risco de diabetes mellitus. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2012.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Remédio inteligente. Primeiro medicamento com nanotecnologia começa a ser testado em humanos

Uma equipe de cientistas, engenheiros e médicos dos Estados Unidos afirma estar entusiasmada com os primeiros resultados do primeiro medicamento anticâncer produzido com nanotecnologia.

A droga, chamada BIND-014, é o primeiro de uma classe conhecida como medicamentos inteligentes que entra na etapa de testes clínicos em humanos.

O nanomedicamento foi projetado para o tratamento de tumores sólidos, e atua em conjunto com drogas já usadas em quimioterapia.

Medicamento programável

O estudo mostrou a capacidade do BIND-014 para alcançar um receptor expresso em tumores, de forma a aumentar a concentração dos medicamentos quimioterápicos sobre o tumor.

O maior entusiasmo vem do fato de que o tratamento com o nanomedicamento aumentou notavelmente a eficácia, a segurança e as propriedades farmacológicas do fármaco quimioterapêutico sozinho, o docetaxel (Taxotere).


A pesquisa e o desenvolvimento do primeiro medicamento com nanotecnologia inaugura a chamada nanomedicina, com as prometidas drogas inteligentes, representando a culminância de mais de uma década de pesquisas. [Imagem: BindBio]
"O BIND-014 demonstrou, pela primeira vez, que é possível produzir medicamentos com propriedades orientadas e programáveis, capaz de concentrar o efeito terapêutico diretamente no local da doença, potencialmente revolucionando como as doenças complexas, como o câncer, podem ser tratadas," disse o Dr. Omid Farokhzad, da Universidade de Harvard.

"As tentativas anteriores de desenvolver nanopartículas direcionáveis não conseguiram chegar à etapa de estudos clínicos em humanos devido à dificuldade de projetar e dimensionar uma partícula que seja capaz de chegar ao local, ficar por longo tempo no organismo, fugir da resposta imunológica e liberar a droga de forma controlada," explica o Dr. Robert Langer, coautor do estudo.

Efeitos do nanomedicamento

Segundo a equipe, o nanomedicamento gerou uma concentração elevada da droga quimioterápica sobre o local do tratamento - um aumento de 100 vezes do docetaxel presente no plasma sanguínea ao longo de 24 horas.

Isto produziu uma eficácia substancialmente maior, além da diminuição dos efeitos colaterais da quimioterapia.

Foi observado também um aumento de até 10 vezes na concentração intratumoral do quimioterápico.




Nanomedicina

Os pesquisadores observam que, embora a ciência e a tecnologia do BIND-014 tenha-se baseado no mecanismo de ação do docetaxel, os indícios são de que o nanomedicamento altera significativamente os efeitos biológicos da própria droga, em virtude de mudanças fundamentais em sua farmacologia, incluindo grandes aumentos na concentração no local do tratamento.

A pesquisa e o desenvolvimento do primeiro medicamento com nanotecnologia inaugura a chamada nanomedicina, representando a culminância de mais de uma década de pesquisas.

Fonte: Redação do Diário da Saúde

terça-feira, 13 de março de 2012

Saiba os alimentos que podem causar câncer

Cerveja, achocolatados, doces de confeitaria, molhos curry e vinagre, além de salsichas, sopas e sucos industrializados são só alguns exemplos.

Na semana passada, um comunicado feito pelo Instituto de Defesa do Consumidor dos Estados Unidos alertou sobre o risco aumentado de câncer em camundongos expostos às doses altas do 4-M1.

A entidade – sigla em inglês CSPI – pediu providências do órgão sanitário norte-americano, o FDA, que regula o consumo de alimentos e medicamentos nos EUA. O FDA se posicionou dizendo que ainda não há evidências sólidas sobre os prejuízos acarretados à saúde humana e que seria necessário beber “mil latinhas de refrigerante por dia para ter algum efeito tóxico”.

Ainda assim, o estado da Califórnia (EUA) determinou a redução da substância nos refrigerantes cola de 150 mg para o limite máximo de 29 mg – caso contrário, mensagens de alerta sobre as sequelas tóxicas devem estampar as embalagens dos produtos.

A Coca-Cola, em comunicado oficial, anunciou que pode modificar a sua fórmula, sem que o sabor ou coloração do produto sejam alterados. Nos Estados Unidos, a modificação na produção industrial já começou, conforme noticiou o jornal inglês The Guardian

Alimentos desnecessários

Apesar dos refrigerantes terem motivado a discussão sobre a segurança do consumo do corante caramelo, a bebida gaseificada não é a única que utiliza esta substância.

Uma revisão de estudos realizada no ano passado pela European Food Safety Authorty (EFSA) informou que entre as principais fontes alimentícias de 4-MI no continente europeu estão, além de refrigerantes, a cerveja, os achocolatados, as salsichas, os doces de confeitaria, o vinagre, o molho curry, os temperos em geral, além do pão de malte, sucos industrializados entre outros.

No painel divulgado, a EFSA alertou que não foi comprovado o efeito cancerígeno em humanos devido o consumo do corante mas que ainda são necessários "mais estudos".

“Muitos alimentos utilizam o corante caramelo além dos refrigerantes, doces e balas de caramelo, por exemplo”, afirma o toxicologista do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, Anthony Wong.

“Não temos nenhuma evidência, entretanto, de que o efeito tóxico da substância (4-MI) é cumulativo e nem sabemos qual é a dosagem consumida com base nestas diversas fontes”, completou. “Mas o fato é que os alimentos que utilizam o corante não são, por essência, saudáveis. De qualquer forma, eles devem ser consumidos com moderação independentemente da associação com a substância cancerígena.”

O professor de toxicologia e farmacologia da Universidade de Caxias do Sul, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia, Carlos Augusto Mello da Silva, alerta que ainda é preciso esperar evidências sólidas sobre o real risco do corante e o posicionamento dos órgãos reguladores.

“Mas para as pessoas que estão apreensivas, é bom alertar que o corante não é um nutriente essencial à saúde. Em vez de refrigerante, pode se optar por sucos de frutas naturais ou água mineral”, sugere.

No Brasil

Na avaliação de Wong, a restrição mais incisiva ao uso do corante caramelo deveria ser adotada como norma sanitária no País, como foi feito recentemente com a utilização do bisfenol A – composto cancerígeno presente em mamadeiras e chupetas, proibido no ano passado.

Comida enlatada favorece obesidade

“A Califórnia é um estado que dita as normas de segurança ambientais e alimentícias para o mundo. Precisamos ficar atentos”, disse o toxicologista.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, por meio da assessoria de imprensa, que “acompanha o caso da restrição do 4-MI” mas que não há previsão de nenhuma alteração nas quantidades máximas da substância nos refrigerantes.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Queres ser médico, meu filho?






Essa aspiração é digna de uma alma generosa, de um espírito ávido pela ciência. Desejas que os homens te considerem um Deus que alivia seus males e lhes afugenta o medo.
Mas, pensaste no que se transformará a tua vida?Terás que renunciar à vida privada: enquanto a maioria dos cidadãos pode, terminado o trabalho, distanciar-se dos importunos, a tua porta estará sempre aberta a todos.
A qualquer hora do dia e da noite virão perturbar o teu descanso, o teu lazer, a tua meditação; já não terás hora para dedicar à família, aos amigos, ao estudo... Já não te pertencerás.Os pobres, acostumados a sofrer, chamar-te-ão só em caso de urgência. Mas os ricos tratar-te-ão como escravo encarregado de remediar os seus excessos; seja porque têm uma simples indigestão, seja porque estão resfriados; farão com que te despertes e venhas a toda a pressa, logo que sintam alguma moléstia. Terás que te mostrar interessado pelos detalhes mais comuns da sua existência; terás que lhes dizer se devem comer carne de boi ou peito de galinha, se lhes convém andar deste ou daquele modo.
Não poderás ir ao teatro nem ficar doente: terás que estar sempre pronto a acudir, quando chamado.Eras rígido na escolha de teus amigos. Procuravas o convívio de homens de talento, de almas delicadas e de bons conversadores. Agora não poderás descartar os chatos, os pouco inteligentes, os presunçosos, os desprezíveis. O mal feitor terá tanto direito à tua assistência como o homem honrado: prolongarás vidas nefastas e o sigilo da tua profissão proibir-te-á impedir ou denunciar ações indignas das quais serás testemunha.
Acreditas firmemente que com o trabalho honrado e o estudo atento poderás conquistar uma reputação: tem presente que te julgarão, não pela tua ciência, mas pela casualidade do destino, pelo corte da tua roupa, pela aparência da tua casa, pelo número dos teus criados pela atenção que dedicas às conversas informais e aos gostos dos teus clientes.
Haverá os que desconfiarão de ti se não usas barba, outros se não procedes da Ásia; outros se acreditas nos deuses; outros se és ateu.Gostas da simplicidade: terás que adotar a atitude de um profeta. És ativo, sabes quanto vale o tempo. Não poderás demonstrar cansaço ou impaciência: terás que escutar relatos que procedem do começo dos tempos, quando apenas se quer explicar a história de uma prisão de ventre. Os ociosos virão ver-te pelo simples prazer de conversar: servirás de escoamento para as suas mínimas vaidades.
Embora a medicina seja uma ciência incerta, que graças aos esforços de seus discípulos vai adquirindo pouco a pouco, um certo grau de certeza, não te será permitido duvidar, sob pena de perderes a confiança que em ti depositam. Se não afirmas que conheces a natureza da enfermidade, que possuis o remédio para curá-la, o povo te trocará pelos charlatães que vendem a mentira que eles necessitam. 
Não contes com o agradecimento de teus enfermos. Quando se curam, terá sido por sua própria robustez; se morrem fostes tu o culpado. Enquanto estão em perigo, tratam-te como a um deus: suplicam-te, exaltam-te, enchem-te de elogios. Apenas começam a convalescer, já os estorvas. 
Quando se lhes fala dos honorários, aborrecem-se e denigrem-te. Quanto mais egoístas são os homens mais solicitude exigem. Não penses que esta profissão tão dura te tornará um homem rico.
Asseguro-te: é um sacerdócio, e não seria decente que tivesses os ganhos de um comerciante de azeite ou de um político. Compadeço-me de ti se te atrai o belo: verás o mais feio e repugnante que existe na espécie humana. Todos os teus sentidos serão maltratados. Terás que encostar o ouvido em peitos suados e sujos, respirar o odor das pobres favelas, os fortes perfumes das prostitutas; terás que palpar tumores, tratar de chagas verdes de pus, examinar urina, remexer em escarros, fixar o olhar e o olfato em imundícies, colocar o dedo em muitos lugares.
Quantas vezes, num belo dia ensolarado, ao sair de uma representação de Sófocles, te chamarão para atender alguém acometido de cólicas abdominais, que te apresentará um urinol nauseabundo, dizendo satisfeito: “ainda bem que tive a precaução de não jogar fora”. Recordas então que terás que agradecer e mostrar todo o teu interesse por aquela dejeção. Até a própria beleza das mulheres, consolo dos homens, se desvanecerá para ti. As verás pelas manhãs, desgrenhadas, desprovidas de maquilagem, com parte dos seus atrativos espalhados pelos móveis do quarto. Deixarão de ser deusas para se converterem em seres afligidos pela miséria, sem graça. Só sentirás por elas compaixão.
O mundo parecer-te-á um grande hospital, uma assembléia de seres que se queixam.
A tua vida transcorrerá à sombra da morte, entre a dor dos corpos e das almas, assistindo algumas vezes ao luto de quem está destroçado por haver perdido o pai, e outras vezes, a hipocrisia daquele que, à cabeceira do agonizante, faz cálculos sobre a sua herança. Pensa bem enquanto há tempo.
Mas se, indiferente à fortuna, aos prazeres, à ingratidão e, sabendo que te verás, muitas vezes, só entre feras humanas, ainda tens a alma estóica o bastante para encontrar satisfação no dever cumprido; se te julgas suficientemente recompensado com a felicidade de uma mãe que acaba de dar a luz, com um rosto que sorri porque a dor passou, com a paz de um moribundo que acompanhaste até ao final; se anseias conhecer o Homem e penetrar na trágica grandeza de seu destino, então, torna-te médico, meu filho."

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Uso de inibidores da bomba de prótons pode estar associado a diarreia por Clostridium difficile.

O Food and Drug Administration (FDA) está informando que o uso de medicamentos conhecidos como inibidores da bomba de prótons pode estar associado a um risco aumentado para desenvolver diarreia por Clostridium difficile. O diagnóstico desse tipo de diarreia deve ser considerado em pacientes em uso da medicação e que desenvolvem diarreia que não melhora.

O FDA revisou um total de 28 estudos observacionais descritos em 26 publicações. Vinte e três estudos mostraram alto risco de desenvolver diarreia por Clostridium difficile associado ao uso de inibidores da bomba de prótons. Principalmente em idosos e pacientes com doenças crônicas. Esta informação deve ser incluída na bula do medicamento.

Os pacientes que precisarem usar a medicação devem fazê-lo com a menor dose e pelo período mais curto possível para tratar a patologia em questão. Os inibidores da bomba de prótons são usados para tratar doenças como o refluxo gastroesofágico, úlceras duodenais ou no estômago, esofagite, azia, etc.

Este tipo de medicamento reduz a quantidade de secreção ácida no estômago e pode ser vendido sem prescrição médica.

O Clostridium difficile é uma bactéria que pode causar diarreia que não melhora. Os sintomas incluem fezes aquosas, dor abdominal, febre e os pacientes podem desenvolver complicações intestinais graves. Este tipo de diarreia também pode se disseminar entre pacientes hospitalizados. Fatores que predispõem a este tipo de diarreia são: idade avançada, certas doenças crônicas e o uso de antibióticos de largo espectro. O tratamento da diarreia por Clostridium difficile inclui a reposição de líquidos e de eletrólitos para evitar a desidratação e o uso de antibióticos específicos.

A agência também está revisando o risco de diarreia por C. difficile em usuários de antagonistas dos receptores H2 da histamina (ranitidina, cimetidina, famotidina etc). Estes medicamentos são usados para tratar o refluxo gastroesofágico, úlceras no estômago e no intestino e azia.

Fonte: FDA

NEWS.MED.BR, 2012. Acesso em: 20 fev. 2012.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Neurocientista Richard Restak aconselha uso de games de ação para exercitar o cérebro.

Sobre o cérebro humano, dizem cientistas e médicos: "use-o ou perca-o".

Como para o corpo, exercícios para deixar a inteligência, a memória, o raciocínio em forma, independente da idade do interessado.

A novidade é que, para esta "malhação" cerebral, o seu computador pode fazer as vezes de academia de ginástica e algumas horas por semana com um bom videogame de ação, por exemplo, ajudar você a reagir e processar informações mais rápido.

Em seu livro mais recente, "Mente saudável, mente brilhante - o que fazer para seu cérebro trabalhar com o máximo de eficiência", o neurocientista e neuropsiquiatra Richard Restak explica que atividades que exigem muitas horas de prática e experiência, como jogar games ou tocar piano, muito mais que prazerosas, são estímulo puro à saúde cerebral.

Os combates frenéticos com inimigos e perigos deixam no ponto algumas importantes habilidades dos aficionados.

Caminhar, jogar, ler, dormir, fazer amigos, ter uma boa dieta alimentar e aprender línguas são igualmente importantes. Para ajudar na compreensão do processo, Restak tem uma boa comparação.

Segundo ele, quando você levanta um peso de 50 quilos na academia de ginástica, o fluxo do sangue aumenta nos músculos dos braços e do peito porque a necessidade de oxigênio e glicose nesses músculos também aumenta.

No cérebro, quando você usa um circuito específico, ele "pede" igualmente oxigênio e glicose adicionais.

Com os avanços nas técnicas de imagens do cérebro, cientistas sabem hoje que ele nunca se esgota e que melhora à medida que usamos. "Esculpimos nosso cérebro de acordo com nossas experiências de vida", diz ele.

Assim, o pianista, o jogador de games, o taxista, o estudante moldam o cérebro de acordo com o que fazem e imaginam e, principalmente, com o que aprendem. Como uma árvore em floração que dá galhos, ramos e folhas, o cérebro humano aumenta a interação com mais e mais neurônios, estabelecendo novos e fortes circuitos.

No livro, o neurocientista derruba alguns mitos, explica-nos sobre o funcionamento desta desconhecida e misteriosa parte do nosso corpo e mostra-nos o caminho para se estimular a mente de forma que ela não envelheça.

Autor de dezoito livros sobre o cérebro, ele é uma autoridade no assunto e sabe que quanto antes você começar, melhor. Hora, então, de acabar com a "flacidez" mental e de tonificar não apenas o abdome, mas também o seu lobo frontal.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Nature: consumo de açúcar deve ser controlado como cigarro e álcool

Três cientistas da Universidade da Califórnia (EUA), em artigo publicado na revista Nature, recomendam o controle do consumo de açúcar pela população, da mesma forma que é feito o controle sobre o consumo de álcool e cigarro. Os pesquisadores alegam que o açúcar está alimentando uma epidemia global de obesidade e contribuindo para 35 milhões de mortes todos os anos.

Segundo as Nações Unidas, as doenças infecciosas no mundo já foram superadas pelas doenças não-transmissíveis como diabetes mellitus, câncer e doenças do coração.

Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis afirmam que os efeitos danosos do açúcar são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que, por isso, seu consumo também deveria ser regulamentado pelas autoridades de saúde.

O consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos, após a adoção de dietas ocidentais que incluem alimentos de baixo custo e altamente processados. De acordo com os autores do artigo, o cenário chegou a tal ponto que os países deveriam regulamentar a taxação de produtos industrializados açucarados, limitar a venda de tais produtos em escolas e definir uma idade mínima para a compra de refrigerantes.
No entanto, diferente do álcool ou do cigarro, que são produtos consumíveis não essenciais, o açúcar está presente em diversos alimentos, o que dificulta a sua regulação.

A obesidade não é o principal problema do consumo excessivo de açúcar. Cerca de 20% das pessoas obesas têm metabolismo normal e terão uma expectativa de vida também normal e aproximadamente 40% das pessoas com pesos considerados normais irão desenvolver doenças no coração e no fígado, diabetes mellitus e hipertensão arterial, de acordo com os cientistas. Além disso, a disfunção metabólica é mais prevalente do que a obesidade.

Comparativo entre os danos provocados pela exposição crônica ao álcool e ao açúcar:

Exposição crônica ao álcool

Desordens hematológicas
Anormalidades eletrolíticas
Hipertensão arterial
Dilatação cardíaca
Cardiomiopatia
Dislipidemia
Pancreatite
Obesidade (resistência à insulina)
Desnutrição
Disfunção hepática (esteatohepatite alcoólica)
Síndrome fetal alcoólica
Vício


Exposição crônica ao açúcar

Hipertensão arterial (ácido úrico)
Infarto do miocárdio (dislipidemia e resistência à insulina)
Dislipidemia (lipogênese)
Pancreatite (hipertrigliceridemia)
Obesidade (resistência à insulina)
Disfunção hepática (esteatohepatite alcoólica)
Habituação e até viciação

Fonte: Nature, de 02 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Prescrição indiscriminada de calmantes



Prescrição indiscriminada e uso excessivo podem ser algumas das explicações para o alto consumo de ansiolíticos, remédios usados para controlar ansiedade e tensão.

Dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que os ansiolíticos foram os medicamentos com receita controlada mais consumidos no País entre 2007 e 2010. O princípio ativo clonazepam, base do remédio Rivotril, lidera o ranking, com cerca de 10 milhões de caixas vendidas somente em 2010.

Os ansiolíticos, conhecidos como calmantes, correspondem a 35% dos medicamentos psiquiátricos prescritos nos hospitais gerais da cidade de São Paulo. Mas não é o único fator que pode explicar o boom dos calmantes no Brasil.

O uso descontrolado também está entre os fatores. É cada vez mais comum recorrer aos tranquilizantes para enfrentar o estresse e as dificuldades da vida cotidiana. O pior é esse tipo de remédio provoca dependência. As pessoas tendem a buscar nos ansiolíticos, soluções para lidar com os problemas.

Nascem os primeiros macacos quiméricos do mundo

Cientistas produziram os primeiros primatas quiméricos do mundo. Os animais são compostos de uma mistura de células de seis genomas diferentes. A reprodução foi obtida por cientistas de instituições de pesquisa no Oregon, Estados Unidos, e descrita nesta quinta-feira (05/01) em um artigo no site da revista Cell – sairá como capa na edição de 20 de janeiro da publicação.

Em zoologia, quimerismo ocorre quanto um animal tem duas ou mais populações de células geneticamente distintas com origem em diferentes zigotos. É extremamente raro em humanos. O termo deriva da mitologia grega, na qual quimera é uma figura mítica caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais.

Segundo os autores, os resultados do estudo abrem caminho para muitas novas pesquisas com animais. Até então, apenas camundongos e alguns outros quiméricos, como coelhos e ovelhas, haviam sido reproduzidos.

Os primatas quiméricos nasceram após os cientistas terem reunido células de embriões de diferentes macacos-rhesus e aplicado a mistura em fêmeas. As células foram misturadas em embriões em estágio inicial, quando cada célula embriônica é totipotente.
Totipotência é a capacidade de uma única célula, geralmente uma célula-tronco, dividir-se e produzir todas as células diferenciadas no organismo, incluindo os tecidos extraembrionários. As células pluripotentes podem se diferenciar em qualquer tecido, mas não em tecidos extraembrionários nem em organismos inteiros.

“As células não se fundem, mas se mantêm juntas e funcionam conjuntamente de modo a formar tecidos e órgãos. Os resultados abrem possibilidades científicas enormes”, disse Shoukhrat Mitalipov, do Centro de Pesquisa em Primatas da Oregon Health & Science University, que coordenou a pesquisa.

Tentativas anteriores do grupo de Mitalipov de obter macacos quiméricos por meio da introdução de células-tronco embrionárias cultivadas em embriões – um método estabelecido em camundongos – falharam.

Segundo Mitalipov, aparentemente os embriões dos primatas evitam que as células-tronco embrionárias se integrem, como ocorre em camundongos. De acordo com o cientista, a pesquisa indica que células-tronco humanas e de outros primatas mantidas in vitro podem não ser tão potentes como as encontradas em um embrião vivo.

“Precisamos voltar aos fundamentos. Temos que estudar não apenas células-tronco embrionárias em cultura, mas também em embriões. Ainda é muito cedo para fechar o capítulo nessas células”, disse

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/nascem-os-primeiros-macacos-quimericos-do-mundo/n1597526894215.html

domingo, 22 de janeiro de 2012

A clínica continua soberana.

Os sinais e sintomas são utilizados por médicos e pacientes desde os primórdios da medicina e constituem, ainda hoje, a maneira mais precoce de investigarmos com elegância e sabedoria o diagnóstico.

Infelizmente, a tentativa de substituir o exame clínico cuidadoso por repetidos e intermináveis exames complementares tem diminuído sobremaneira a precocidade do diagnóstico e retardado a terapêutica adequada.

O imensurável e louvável avanço da tecnologia médica deve ser mais um elemento aditivo à belíssima arte do diagnóstico correto e precoce. Saber ouvir, decodificar sintomas, respeitar a individualidade de nosso paciente ainda são as principais armas de um bom propedeuta e semiota. Talvez, neste breve comentário exista um pouco de saudosismo dos grandes mestres, mas há, acima de tudo, uma grande saudade dos grandes GRANDES MéDICOS.

MéDICOS com letra maiúscula, preocupados e envolvidos com as mazelas do outro.

MéDICOS amigos e conselheiros, pontos de referência do paciente e seus familiares.

Saudade da ética, do respeito ao sofrimento físico e emocional do outro.
Saudade de um médico querido e respeitado.
Saudade de uma medicina voltada para o homem e exclusa de interesses secundários.
Enfim, saudades de tempos mais humanos e felizes.

Fonte: Jornal do Brasil
José Galvão-Alves é médico e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, e membro titular da Academia Nacional de Medicina

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Biochip detecta 80 tipos diferentes de câncer na hora

Exame genético na hora

Pesquisadores canadenses criaram um biochip capaz de analisar até 80 marcadores genéticos que indicam a ocorrência de vários tipos de câncer.

Segundo a Dra Linda Pilarski, da Universidade de Alberta, o pequeno chip abre caminho para a realização de exames e o diagnóstico do câncer na hora, a custo baixo, e sem depender de laboratórios clínicos.

Isso significa que, quando o biochip estiver disponível comercialmente, os exames poderão ser feitos no próprio consultório médico ou em locais remotos, sem pessoal médico especializado e sem recursos adequados.

Cânceres raros

Mais do que isso, a nova tecnologia permitirá a realização de testes para tipos muito raros e específicos de câncer, dificilmente diagnosticados mesmo nos centros mais modernos.

É o caso, por exemplo, do linfoma linfoblástico - ou leucemia linfoide aguda - um tipo raro de câncer que afeta principalmente crianças.

Quando detectado e tratado no início, ele tem taxas de cura excepcionalmente altas. Mas, se não for tratado a tempo, pode ser fatal em algumas semanas.

Outros 79 tipos de câncer podem igualmente ser detectados em um único exame.

Doenças infecciosas

Embora o câncer seja a área principal das pesquisas da equipe, o chip microfluídico também pode ser utilizado para fazer diagnósticos de várias outras doenças, sobretudo infecciosas.

Virtualmente qualquer doença pode ser diagnosticada, bastando para isso fabricar o biochip com os componentes necessários para identificar cada uma delas.

Isso inclui desde uma gripe comum, até malária, SARS, febre do Nilo e outras doenças contagiosas.

Testes

O microlaboratório - conhecido tecnicamente como chip microfluídico - é formado por 80 minúsculas estruturas, cada uma das quais analisa o sangue para uma mutação específica - uma única gota de sangue é suficiente para todos os exames.

Segundo a Dra. Pilarski, os médicos poderão fazer o diagnóstico do paciente no próprio consultório, em um tempo não maior do que uma hora - ou seja, o paciente saberá o resultado do exame durante a própria consulta.

O biochip começará agora a passar por testes de campo.

Depois que sua eficiência for comprovada em larga escala, ele poderá ter sua fabricação autorizada.

Fonte: Diário da Saúde

Nano-ouvido escuta o silêncio

Som do silêncio

Que ruído faz uma pulga ao andar? Que tipo de onda sonora emite uma bactéria ao se mover?

Cientistas da Universidade de Munique criaram um "nano-ouvido", o mais sensível sensor acústico já criado, que é capaz de detectar esses e outros sons em um mundo até hoje encarado como absolutamente silencioso, muito abaixo do limiar do ouvido humano.

Segundo os pesquisadores, o novo sensor acústico pode abrir um campo de pesquisas totalmente novo, que eles de chamam de "microscopia acústica", no qual os organismos serão estudados pelos sons que eles emitem.

O nano-ouvido dará novas informações sobre movimentos, até agora imperceptíveis, de células, organelas de células, ou de objetos microscópicos artificiais.

"Com nosso nano-ouvido nós construímos um nanomicrofone que nos permitiu chegar mais perto do que nunca dos objetos microscópicos," afirmou Alexander Ohlinger, um dos criadores do aparelho.

Menor ouvido do mundo

O nano-ouvido é formado por uma única nanopartícula de ouro mantida em um estado de levitação por um raio laser.

Ondas sonoras em escalas inimaginavelmente pequenas são suficientes para fazer a nanopartícula se mover - a partícula oscila paralelamente à direção da propagação do som.

A magnitude desse movimento pode então ser detectada pela influência que ele causa sobre a luz do laser.

Isso permitiu que os cientistas ouvissem sons até então imperceptíveis - na verdade, eles conseguem "ver os sons", observando os gráficos produzidos pelo aparelho.

O equipamento de captação dos "infra-sons" consiste em um microscópio de campo escuro e de uma câmera digital comum, um aparato sem qualquer tecnologia futurística, apenas tirando proveito da tecnologia das chamadas pinças ópticas.

O nano-ouvido - ou nano-orelha - consegue detectar níveis sonoros de aproximadamente -60 dB, o que é cerca de um milhão de vezes mais sensível do que o limite de audição do ouvido humano - por definição estabelecido como 0 dB.

Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/01/2012

Pessoas bem informadas alimentam-se melhor




Quanto mais informação as pessoas recebem - pela TV, jornais ou internet - mais elas aderem à dieta Mediterrânea, um dos padrões alimentares mais saudáveis no mundo.

Segundo um grupo de cientistas italianos, está na hora de abandonar a crença geral de que a mídia seja sempre uma fonte de maus hábitos.

TV, jornais e internet, quando usados para transmitir informações de qualidade, podem se transformar em uma ferramenta para promover a saúde, afirma Marialaura Bonaccio, que conduziu o estudo.

Influência dos meios de comunicação

O estudo se destaca por ser um dos primeiros a levar em conta todos os meios de comunicação usados pelas pessoas para se informar no seu dia-a-dia.

estudos sobre o impacto da televisão isoladamente são bastante comuns, e têm resultado em conclusões negativas para os meios de comunicação.

"A literatura científica tem focado principalmente no assistir TV, considerado um fator de risco para a saúde principalmente porque representa uma medida de inatividade física e de comer porcarias," diz Marialaura.

"Em nosso estudo, nós demos atenção à capacidade das pessoas em se informarem usando os meios de comunicação de massa, incluindo a internet, os jornais e as revistas," explica ela.

Dieta Mediterrânea

Para isolar os efeitos dessas informações sobre a saúde, os cientistas se concentraram na adoção de hábitos alimentares conhecidos como dieta Mediterrânea, que não é uma dieta no sentido tradicional do termo, mas uma forma de alimentação comprovadamente saudável.

Dieta Mediterrânea melhora saúde e faz viver mais

Os resultados mostraram que as pessoas que tiveram acesso a mais informações consomem uma quantidade maior de alimentos-chave na composição da dieta Mediterrânea.

Isto inclui o consumo de frutas, vegetais e peixes, assim como um baixo consumo de gorduras animais.

Visão tradicional

Segundo os pesquisadores, seus resultados contestam a visão tradicional de que as informações nos meios de comunicação sejam fragmentadas ou imprecisas quando se trata da saúde.

"O próximo passo será avaliar as fontes de informação individuais e estudar as mudanças que a internet está introduzindo na forma como as pessoas, sobretudo os mais jovens, estão se informando sobre assuntos de saúde," afirmam eles.

O estudo, chamado Projeto Moli-sani, inclui a participação de 25.000 pessoas da região de Campobasso, na Itália, o que transformou a região em uma espécie de grande laboratório científico para estudos de saúde e comportamento.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Estimular cérebro com eletricidade acelera aprendizado.



Os pesquisadores, da University of Oxford, na Inglatarra, estudaram cérebros de pacientes que sofreram derrames e de adultos saudáveis.

Os resultados da pesquisa foram apresentados durante o British Science Festival, na cidade inglesa de Bradford.
A equipe, liderada pela professora Heidi Johansen-Berg, usou uma tecnologia conhecida como ressonância magnética funcional para monitorar a atividade nos cérebros de pacientes que sofreram derrames enquanto tentavam recuperar sua capacidade motora, perdida como resultado da doença.

Uma das principais revelações do estudo foi a de que o cérebro é muito flexível e pode se reestruturar, desenvolvendo novas conexões e alocando tarefas para áreas diferentes quando ocorre algum problema ou quando uma tarefa nova é realizada.

Como parte do estudo, os especialistas também investigaram a possibilidade de usar estimulação elétrica não invasiva do cérebro para melhorar o processo de recuperação da capacidade motora.
Melhorias a curto prazo já haviam sido constatadas em pacientes que tinham sofrido derrames.
Mas um resultado inesperado foi verificado quando os mesmos estímulos foram feitos nos cérebros de adultos saudáveis: a velocidade de aprendizado desses indivíduos também aumentou consideravelmente.


Aumento de atividade

Para observar esse efeito, a equipe criou um experimento em que voluntários memorizavam uma sequência de botões para apertar, "como se aprendessem a tocar uma melodia no piano".
Enquanto faziam isso, recebiam, por meio de dois eletrodos colocados em pontos específicos de suas cabeças, estímulos por corrente transcraniana.

Uma corrente de intensidade muito pequena foi passada entre os eletrodos formando um arco que passava dentro do cérebro e, dependendo da direção da corrente, ela aumentava ou diminuía a atividade naquela parte do cérebro.

Johansen-Berg explicou que "um aumento na atividade das células do cérebro as torna mais suscetíveis ao tipo de mudança que ocorre durante o aprendizado".
Os resultados do experimento que envolvia apertar os botões em sequência demonstraram os efeitos positivos, em termos do aprendizado, de apenas dez minutos de estímulos ao cérebro, em comparação a um experimento "placebo" no qual não houve estímulo elétrico.

"Os estímulos não melhoraram o desempenho máximo do participante, mas a velocidade com a qual ele alcançava seu ponto de desempenho máximo foi aumentada significativamente", disse Johansen-Berg.
Direcionar o estímulo à área do cérebro que controla a atividade motora permite que tarefas envolvendo movimentos sejam aprendidas mais rápido, e os pesquisadores acreditam que a técnica possa ser usada para auxiliar o treinamento de atletas.

Os experimentos demonstram explicitamente que estimular o córtex motor do cérebro pode aumentar a velocidade do aprendizado de funções motoras.

Os pesquisadores dizem ter esperanças de que o mesmo método possa ser aplicado a outras partes do cérebro para melhorar o aprendizado na educação, simplesmente posicionando-se os eletrodos em locais diferentes de forma que a corrente possa ser direcionada à área correta.

Em função da relativa simplicidade, baixo custo (cerca de US$ 3 mil por unidade) e portabilidade da tecnologia, a equipe acha possível que - após mais pesquisas - aparelhos sejam criados especificamente para uso em casa.

No futuro, Johansen-Berg e sua equipe pretendem investigar as possibilidades de se aumentar o efeito da técnica por meio de estímulos diários durante períodos de algumas semanas ou meses.
No tratamento de pacientes que sofreram derrames, a técnica poderia ser usada em associação com tratamentos atuais de fisioterapia para melhorar o quadro geral de a recuperação dos pacientes, que tende a variar bastante.

Leila Battison
Da BBC News

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

“Cara feia, para mim, é fome”. Pesquisa revela a verdade do ditado popular.

Uma pesquisa da Universidade de Cambridge publicada este ano descobriu que isso pode estar relacionado às flutuações dos níveis de serotonina no cérebro, coisa que ocorre frequentemente quando você está estressado ou sem comer. A serotonina é um neurotransmissor – molécula que atua na comunicação entre os neurônios – e é importante para ajudar a regular o nosso comportamento. A falta dela afeta fortemente as regiões cerebrais responsáveis por controlar a raiva.

Para o estudo, voluntários saudáveis tiveram seu nível de serotonina alterado pela manipulação de sua dieta. Então os pesquisadores usaram ressonância magnética funcional (fMRI) para mapear e medir sua atividade cerebral enquanto eles viam rostos com expressões de raiva, tristeza e neutra.

A pesquisa revelou que baixos níveis de serotonina provocaram comunicações mais fracas entre regiões específicas do sistema límbico emocional do cérebro (uma estrutura chamada amígdala) e os lobos frontais. Isso sugere que, quando os níveis de serotonina estão baixos, pode ser mais difícil para o córtex pré-frontal controlar as respostas emocionais para a raiva geradas dentro da amígdala.

Então, se você está há um tempo sem comer (e, por isso, com níveis mais baixos de serotonina), vai realmente se irritar por qualquer coisa, pois seu cérebro perde parte de sua capacidade de controlar a raiva. E o estudo mostrou ainda que o problema é mais grave em pessoas que já possuíam uma predisposição ao comportamento agressivo.

Luto aumenta 21 vezes as chances de as pessoas sofrerem infarto além de outras doenças. Estresse é muito grande.



Conforme afirma um novo estudo publicado na revista Journal of the American Heart Association.

Pesquisadores americanos analisaram 2.000 pacientes que sofreram ataques cardíacos entre 1989 e 1994 e questionaram se haviam perdido alguém próximo durante o período e qual era a importância da pessoa para elas.

Os cientistas compararam as informações e apontaram que o risco de alguém sofrer um ataque cardíaco no dia em que recebeu a notícia da morte de alguém próximo é 21 vezes maior.

Os pacientes que já apresentavam risco elevado de sofrer um infarto tinham quatro vezes mais chances de morrer em comparação aos que não tinham nenhum risco.

Segundo a publicação, apenas depois de um mês os riscos de ter um ataque cardíaco eram menores.

Luto

O psicológico também contribui para que o risco de ter um infarto aumente. De acordo com o estudo, o estresse causado pelo luto aumenta a frequência cardíaca, a pressão arterial e altera a coagulação do sangue, aumentando as chances de um ataque cardíaco.

Além disso, depois da perda de uma pessoa próxima, a pessoa perde o sono e o apetite e compromete o sistema imunológico, o que pode resultar no aparecimento de outras doenças.

Para a autora do estudo, Elizabeth Mostofsky, as pessoas que estão de luto também costumam negligenciar da saúde e eventualmente até param de tomar certos medicamentos, como os usados para previnir doenças cardíacas.

“A família e os amigos precisam apoiar e ajudar a prevenir certos incidentes que podem acontecer durante esse período difícil”, explica ela.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Filtro de ar captura vírus da gripe




Filtros antivirais

Ambientes fechados são lugares altamente desaconselhados em épocas de gripe.

Mas essa facilidade de contaminação poderá ser largamente reduzida com filtros de ar capazes de remover os vírus das gripes e resfriados.

Esta é novidade apresentada por Xuebing Li e seus colegas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, em Lanzhou.

Os pesquisadores criaram um novo material que pode ser incorporado ou substituir as fibras usadas na construção não apenas de filtros de ar-condicionado de edifícios e automóveis, mas também de máscaras de uso pessoal.

O material é capaz de capturar os vírus influenza antes que eles cheguem aos olhos, narizes e bocas das pessoas e comecem a causar infecções.

Um filtro passivo, capaz de capturar vírus, pode se tornar uma ajuda valiosa para a redução do uso de medicamentos, com seus altos custos e efeitos colaterais.

Quitosana biofuncionalizada

O material é feito à base de quitosana, uma substância presente nas carapaças dos camarões.

As fibras antivirais são criadas agregando a proteína hemaglutinina às fibras de quitosana.

"A hemaglutinina na superfície do vírus é responsável por grudar o vírus à superfície da célula hospedeira por meio de glicoligantes, como a sialilactose, sendo portanto um alvo atrativo para os projetos antivirais," explicam os pesquisadores.

Eles afirmam ainda que o processo pode ter usos ainda mais amplos na medicina.

"Mais importante, esses materiais representam uma abordagem interessante para colocar um ligante de proteína em um suporte de quitosana, que é uma plataforma versátil para a biofuncionalização molecular e, portanto, pode ser usada não só para projetos antivirais, mas também para desenvolvimentos como o diagnóstico e a entrega de medicamentos," concluem.

A quitosana já vem sendo utilizada por pesquisadores brasileiros para a fabricação de materiais hospitalares e de filtros para metais pesados.

Bibliografia:

Carbohydrate-Functionalized Chitosan Fiber for Influenza Virus Capture
Xuebing Li, Peixing Wu, George F. Gao, Shuihong Cheng
Biomacromolecules
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/bm200970x

Matriz extracelular sintética revoluciona campo da fisiologia Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/01/2012

Tecidos artificiais

Cientistas britânicos criaram uma versão sintética e totalmente funcional da matriz extracelular, o material que dá suporte para o crescimento das células nos seres vivos.

O novo material representa o ponto de partida para o desenvolvimento de tecidos artificiais, um sonho da chamada medicina regenerativa, que busca a reconstrução de tecidos danificados.

No limite, embora ainda seja um sonho distante, os cientistas esperam poder crescer órgãos inteiros para transplantes.

É a matriz extracelular, por exemplo, que garante que um tecido ferido possa se regenerar e cicatrizar.

Da nanoescala à microescala

Embora seja trivial fazer culturas de células em laboratório, fazê-las crescer em três dimensões, como ocorre no organismo, é um desafio a ser vencido.

Até agora, os biólogos vêm se virando com vários tipos de suportes e "andaimes", onde as células se apoiam para crescer.

No organismo, as células se valem da matriz extracelular, um complexo de macromoléculas muito estáveis que garante a sustentação e a estrutura biomecânica dos tecidos.

Ela consiste em uma estrutura de fibras de proteína que faz a ponte entre a dimensão em nanoescala da fixação, da comunicação e da alimentação das células, e a dimensão em microescala, onde as células se organizam em segmentos funcionais.

Imitar essa estrutura com materiais sintéticos é um sonho antigo dos cientistas.

Matriz extracelular sintética

Fibras de peptídeos têm propriedades similares às das proteínas que formam a matriz extracelular natural, mas elas não conseguem gerar as malhas interconectadas em escala microscópica, o que é essencial para manter as células juntas e permitir o desenvolvimento dos tecidos.

Angelo Bella e seus colegas do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido resolveram o problema projetando uma pequena proteína, formada por duas unidades estruturais.

Essas estruturas se espalham em redes de fibras de dimensões microscópicas, preenchendo o hiato que faltava nos materiais artificiais.

Os resultados dos testes de crescimento celular foram entusiasmadores, o que está fazendo com que a matriz extracelular sintética seja apontada como um dos avanços mais significativos nos últimos anos no campo da fisiologia.

Bibliografia:

Arbitrary Self-Assembly of Peptide Extracellular Microscopic Matrices
Angelo Bella, Santanu Ray, Michael Shaw, Maxim G. Ryadnov
Angewandte Chemie International Edition
Vol.: Article first published online
DOI: 10.1002/anie.201104647

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

As bactérias pedem carona

Bactérias resistentes a antibióticos estão viajando, evidentemente sem alarde, nos carros e vans carregados com pessoas, mercadorias e talvez galinhas que circulam pela estrada que corta a região de Borbón, nordeste do Equador (ScienceNow).

Os mais de 100 vilarejos da região de Borbón permaneceram isolados por mais de um século. Agora unidos por meio de uma estrada, seus moradores estão trocando micróbios resistentes a antibióticos, que podem ter saído de hospitais de Quito, a capital, e outros centros urbanos.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores dos Estados Unidos e do Equador visitaram 31 cidades em 2003 e 2008 e colheram 2.210 amostras de bactérias, em busca de variedades de Escherichia coli resistentes a ampicilina e sulfas.

Quanto pior o saneamento e maior o uso de antibióticos, maior a transferência de bacilos resistentes a antibióticos, de acordo com o estudo publicado em setembro na Journal of the Royal Society Interface.

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